A agressividade e o antijogo do Boca Juniors, no empate frente ao Benfica, não passaram despercebidos à imprensa internacional, que faz eco de coisas como «foi exatamente o que se espera de um jogo de uma equipa sul-americana» ou até «a segunda parte foi inexistente, um fantasma, o Boca jogando à la Boca, emaranhando o jogo com faltas e protestos».
Os jornais também falam, no entanto, de «um Benfica que estava em baixo de forma» e destacam Otamendi como a figura do jogo, «um adepto confesso do River, que se infiltrou na festa para salvar um empate e, de passagem, alegrar metade de Buenos Aires».
MARCA (Espanha)
«O Benfica, com 10 jogadores, recuperou de uma desvantagem de 2-0 contra o Boca e evitou a primeira surpresa deste Mundial, num jogo em que Otamendi brilhou mais alto (provocou um penálti e marcou o 2-2). Um jogo acalorado, de pernas grossas e com três cartões vermelhos (Herrera, Figal e Belotti). Um confronto com bancadas totalmente do Boca, que simulavam uma espécie de «Bombonera de Miami».
O segundo tempo foi (quase) inexistente. Foi um fantasma. O Boca, jogando à la Boca, emaranhou o jogo com faltas e protestos, enquanto o Benfica parecia estar a morrer com um jogador a menos.
Até que apareceu Otamendi a fazer o 2-2, um resultado talvez mais merecido pelo desempenho das duas equipas.»
THE ATHLETIC (Inglaterra)
«Três cartões vermelhos, som e fúria no melhor jogo do Mundial de Clubes até agora.
O Benfica-Boca Juniors foi exatamente o que se espera de um jogo envolvendo uma seleção sul-americana: um jogo do Mundial de Clubes com clima de Copa Libertadores. Às vezes, foi à moda antiga, com jogadas diretas, sangue e suor.
Mas isso levou o Boca a uma vantagem de 2-0 e, embora o Benfica, com 10 jogadores, tenha se recuperado com golos dos seus próprios argentinos, Di Maria e Otamendi, ficou claro que o Boca não está aqui apenas para fazer número, nem para ser subestimado. Os adeptos trouxeram La Doce da Bombonera para o Hard Rock.»
OLÉ (Argentina)
«O Hard Rock em Miami esteve em movimento. Não pela música, nem pelo espetáculo pré-jogo ao estilo americano. Vibrou pelo Boca. Ao ritmo do Boca.
Deste Boca que se mostrou totalmente renovado, acima de um adversário que compete na Europa e o qual esteve perto de vencer. Otamendi empatou com um cabeceamento, deixando o Boca sem a vitória que merecia e com um sabor agridoce.
Primeiro, pelo jogo que fez, porque mostrou outra cara, porque enfrentou um poderoso adversário europeu, porque jogou para ganhar. E depois, claro, porque passou de uma vitória que lhe dava quase a classificação para os oitavos de final (todos vão ganhar do Auckland City) para um empate que lhe tirou momentaneamente essa vaga, mas que o deixa na briga forte para consegui-la. No final das contas, deve ficar com isso: já avisou ao Bayern de Munique, seu próximo adversário (na sexta-feira, em Miami), que não se intimida diante de ninguém e que está pronto para lutar...»
AS (Espanha)
«Há heróis e vilões, também no futebol, também num Boca-Benfica, um confronto colorido pelas cores azul e amarela das bancadas e marcado por um adepto confesso do River: Otamendi, que se infiltrou na festa para salvar um empate e, de passagem, alegrar metade de Buenos Aires.
O Boca jogou com o coração, com o fôlego e com os pulmões do seu povo. Miami foi a Bombonera. A parte norte do Hard Rock Stadium foi a Doce. O Boca é o Boca. O Benfica estava KO, entre a preguiça de jogar com calor e diante de uma equipa que luta sempre até ao luta.
Até que Otamendi, o vilão perfeito, aquele que foi criado no sentimento do River e adepto millonario, o eterno rival que foi assobiado antes e durante o jogo, e que saltou sobre o céu para se elevar num canto e finalizar uma bola que levava o seu nome.»
THE GUARDIAN (Inglaterra)
«Numa noite de segunda-feira extremamente quente em Miami, no terceiro dia do evento de entretenimento desportivo da FIFA, algo inesperado aconteceu: um jogo de futebol. O resultado foi 2-2, graças ao golo tardio de Nicolás Otamendi, que se equilibrou no ar antes de atirar com força a bola para a baliza do Boca. Os argentinos devem estar extremamente dececionados por deixar escapar uma vantagem de 2-0, depois de jogar com uma fúria constante e contundente durante a maior parte da primeira parte.»