Ángel Di María está a atravessar o melhor momento da temporada. Depois do papel decisivo diante do FC Porto e do Estrela da Amadora, o argentino foi o grande obreiro da reviravolta no Mónaco.

Com 36 anos (faz 37 em fevereiro), El Fideo obriga a uma gestão cautelosa do esforço. Se Roger Schmidt era criticado por não substituir o argentino, Bruno Lage tem sido elogiado pela capacidade de o libertar das tarefas defensivas (a função de Fredrik Aursnes é decisiva neste sentido) e também por não deixar Di María «arrastar-se» até aos 90 minutos.

De resto, desde que Lage pegou na equipa do Benfica, Di María ainda não completou um jogo inteiro. Esteve perto disso no Mónaco, mas foi substituído em cima dos 90.

Di María leva 16 jogos nas pernas, num total de 1.049 minutos. O argentino tem cinco jogos na Liga dos Campeões, (347m), nove na Liga (592m), um na Taça de Portugal (65m) e um na Taça da Liga (45m). O camisola 11 das águias tem oito golos (um na Champions, três no campeonato, três na Taça e um na Taça da Liga) e cinco assistências (duas na Champions, duas no campeonato e uma na Taça).

Nestes 16 encontros, o argentino foi titular em 12. Importa, contudo, referir que começou a época limitado e, na primeira e terceira jornadas do campeonato, foi suplente utilizado.

Com Lage, são 13 jogos, 11 a titular e dois como suplente utilizado. O novo técnico dos encarnados apostou no argentino de início praticamente sempre, exceção feita à derrota em Munique e ao encontro da Taça da Liga com o Santa Clara.

Schmidt tardava em substituir Di María e tendência acentuou-se no final do ano

Nos primeiros 16 jogos da última época, também por esta altura de final de novembro, Di María levava 1.156 minutos, ou seja, mais 107 minutos do que em 2024/25.

O argentino tinha feito 15 partidas na condição de titular e uma como suplente utilizado (frente ao Casa Pia, na nona jornada, somou 26 minutos). Com Schmidt, nos primeiros 16 jogos da última temporada, foi substituído em nove e cumpriu os 90 minutos em cinco deles - no Bessa, na primeira jornada, saiu aos 53 e na Taça da Liga, com o Arouca, aos 56. Contudo, sem esses jogos, nunca deixou o relvado antes dos 70 minutos.

Nessa altura, o rendimento também era inferior ao de agora. Di María tinha sete golos (um na Supertaça, cinco no campeonato e um na Taça da Liga) e apenas uma assistência (campeonato).

A partir do final do ano, a dependência de Di María acentuou-se. Nos 34 jogos que se seguiram, o avançado fez 17 completos e em nove saiu para lá dos 85 minutos. A juntar a isto, estava o cansaço acumulado nos jogos com a Argentina – Di María retirou-se da campeã mundial no início desta época – em março, isto sem esquecer as viagens.

Em suma, se a diferença de minutos entre as duas épocas, por esta altura, não é excessiva, salta à vista o facto de Lage nunca ter permitido que Di María fizesse os 90 minutos. O arranque do argentino, em termos de golos e assistências, também foi pior em 2023/24, mas desde o final do ano começou a ser ainda mais utilizado, ao ser substituído já quase em cima do apito final ou mesmo a completar os jogos visivelmente desgastado.