Calhou o Benfica para a Inter de Milão no sorteio das quartas de final da Liga dos Campeões. Muito honestamente, pior para a Inter de Milão. Na teoria e também na prática.
Os encarnados podem não ter o mesmo plantel dos nerazzurri, tampouco o mesmo orçamento, mas hoje têm mais equipe e, sobretudo, muito mais treinador. Não é de agora que a grata surpresa passou a ser sólida realidade.
É decepcionante ver o que Simone Inzaghi não consegue oferecer em campo com tantos craques à disposição. Verdade seja dita, só não caiu para o FC Porto nos oitavos por culpa do... próprio FC Porto. Os dragões foram superiores nas duas mãos.
Temos visto o oposto com Roger Schmidt. Conseguiu entregar num curto período de trabalho muito, muito mais do que o expectável. Incutiu um futebol organizado, intensivo e ofensivo. Foi uma pedra no sapato de Juventus, PSG e, por fim, Club Brugge.
Schmidt, por exemplo, extrai de Rafa, João Mário, Aursnes, David Neres e Gonçalo Ramos aquilo que Inzaghi sofre para obter de Çalhanoglu, Dzeko, Joaquín Correa, Lautaro Martínez e Lukaku. A diferença nesta altura da temporada é gritante.
O Benfica pode e deve sonhar em ir (ainda mais) longe da Liga dos Campeões. Não somente porque tem a Inter de Milão e, eventualmente, Nápoles ou Milão pela frente, mas, acima de tudo, porque tem jogado para tal.
* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil