«FACTOS E ARGUMENTOS» é um espaço do Maisfutebol destinado a cruzar declarações ou teses com números e dados irrefutáveis. Por vezes, a alta velocidade do dia-a-dia condiciona a avaliação criteriosa do que é dito, sem o imperioso contraditório.
Muito perto de ser reforço do Benfica, Éverton Cebolinha protagonizou recentemente uma polémica entre o treinador do Grêmio e Jorge Jesus. O técnico das águias foi acusado por Renato Gaúcho de ter ligado ao extremo para lhe pedir que não atuasse no último jogo da equipa brasileiro. Jesus confirmou ter ligado ao internacional brasileiro, mas negou o pedido.
No seguimento da justificação, o treinador do Benfica disse ter passado por uma situação idêntica aquando da primeira passagem pelo comando das águias e deu como exemplo o caso de Nemanja Matic quando este estava de saída para o Chelsea.
«Quando há estas grandes transferências, tanto o clube vendedor como o comprador não querem que o jogador se lesione e querem que não joguem. Quando houve aquele jogo do 2-2 com o FC Porto, em que o Matic fez um grande golo, havia entre as duas direções - do Chelsea e do Benfica - o medo de o Matic jogar. E então seria melhor ele não jogar, porque o negócio podia abortar. O Matic veio ter comigo e disse-me que queria jogar», referiu em entrevista à BTV.
De facto, Matic fez um grande golo nesse clássico no Estádio da Luz, mas esse jogo (2-2 a 13 de janeiro de 2013) não coincidiu com o fim da aventura no Benfica. Na verdade, o último jogo de Matic pelas águias foi diante do FC Porto e a imprensa desportiva chegou a noticiar a possibilidade de o médio não estar presente devido às negociações praticamente concluídas entre Benfica e Chelsea.
Ora, Matic, como Jesus afirmou, foi a jogo, mas essa encontro aconteceu um ano depois do referido pelo treinador: concretamente, a 12 de janeiro de 2014, poucos dias após a morte de Eusébio. O Benfica venceu por 2-0 e Matic não só não marcou um grande golo, como os golos do clube da Luz foram marcados por Rodrigo Moreno e Garay.
O essencial da história está correto, mas Jorge Jesus trocou o «clássico».