O Benfica é o grande vencedor da 18ª jornada, a primeira da segunda volta, com a conquista de pontos ao Sporting (2) e ao FC Porto (3) na luta no topo da classificação. Uma jornada em que os três candidatos ao título estiveram a perder, mas apenas a equipa de Rui Vitória conseguiu dar a volta e somar três pontos. A equipa de Jorge Jesus também chegou a virar o resultado, mas depois permitiu o empate, enquanto os comandados de Rui Barros, apesar de terem sofrido o golo mais madrugador, nunca conseguiram virar o resultado que os deixa a três e a cinco pontos dos rivais. Uma jornada atípica, em que apenas dois anfitriões, o V. Guimarães e o Boavista, conseguiram vencer em casa. Uma jornada com 26 golos e, talvez mais significativo, nove cartões vermelhos. É a ronda com mais expulsões da temporada, incluindo a segunda da época de Rui Patrício.

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Mas voltemos à ideia principal na análise a esta jornada. O Benfica nunca esteve tão perto do primeiro lugar como agora. O campeão em título já teve oito pontos de atraso, antes de acertar o calendário com o jogo em atraso na Madeira, mas tem vindo a recuperar em 2016 e, a verdade é que, no arranque da segunda volta, depende apenas de si próprio para chegar ao ambicionado tricampeonato.


 
Uma aproximação que começou a desenhar-se na sexta-feira com o inesperado tropeção do Sporting diante do último classificado. Um jogo que tinha começado em festa, ainda na ressaca da sensacional reviravolta diante do Sp. Braga, mas que rapidamente se transformou em apreensão, quando, à passagem da meia-hora, Rui Patrício travou Nathan no interior da área e viu o vermelho direto (o primeiro dos nove mostrados nesta ronda). Apesar de estarem a perder e em inferioridade numérica, os leões ainda viraram o jogo na segunda parte, em apenas seis minutos, com golos de Slimani e Gelson.

Dupla Ewerton-Naldo nunca conseguiu manter a baliza a zeros

O segundo golo, marcado por Gelson, fica para a história como o golo 5.000 dos leões no campeonato e ditava a segunda reviravolta consecutiva, mas ainda havia meia-hora pela frente. A cinco minutos do final, já com os leões em dificuldades físicas, balde de água fria em Alvalade, quando Chamorro se isolou e empatou o jogo. O mesmo Chamorro que tinha falhado uma grande penalidade nos últimos instantes do jogo frente ao FC Porto (0-1) e que acabou por rescindir com o Tondela três dias depois silenciar Alvalade. Um empate que gerou muita contestação da pate do Sporting, mas a verdade é que desde o Benfica de Quique Flores, em 2008/09, que o líder não tropeçava frente ao último classificado [derrota diante do Trofense, 0-2].


 
Uma oportunidade de ouro para o Benfica voltar a cortar a distância para o líder, no sábado seguinte, na Amoreira. Tal como em Alvalade, o Benfica também entrou a perder, com Léo Bonatini a abrir o marcador cedo para os «canarinhos». Rui Vitória trocou Raul Jiménez por Mitroglou ao intervalo e, tal como o Sporting, o Benfica virou o resultado na segunda parte, com um golo do grego e outro de Pizzi, mas ao contrário dos leões, as águias mantiveram o jogo sob controlo e somaram mesmo três pontos, cortando a distância para o líder para apenas dois.


 
No domingo, o mesmo quadro para o FC Porto, ainda sob o comando de Rui Barros, que, depois de duas vitórias sobre o Boavista (liga e Taça], tinha agora a oportunidade de também ganhar pontos ao líder. Tal como os rivais, a equipa do Dragão também entrou a perder, com um erro grave de Iker Casillas que deixou uma bola escapar entre as mãos antes de Bouba Saré marcar. Estavam apenas decorridos apenas quatro minutos, mas o FC Porto não conseguiu mudar o resultado e ainda perdeu Aboubakar nos últimos instantes da partida, depois de uma segunda mão na bola [ nona expulsão da jornada]. Um jogo de emoções fortes para Sérgio Conceição que, durante a semana, tinha sido apontado como possível sucessor de Julen Lopetegui no Dragão.

Minhotos a subir
 
Assim, depois do Benfica, o Vitória de Guimarães acaba por também ser um dos vencedores da jornada, o único, aliás, que venceu em casa. Uma vitória que permite aos minhotos ultrapassarem o Rio Ave [derrota diante do Belenenses, 1-2] e o Arouca [derrota diante do Moreirense, 1-2], que perderam os respetivos jogos em casa, e, assim, chegar ao sexto lugar da classificação, com a Europa à vista.


 
Uma jornada também positiva para o Sp. Braga que, apesar de ter ficado reduzido a dez aos vinte minutos [expulsão de Boly], bateu o Nacional por 3-2, na Choupana [houve ameaça de nevoeiro, mas a realização do jogo nunca esteve em causa]. Uma vitória que permitiu ao conjunto de Paulo Fonseca reforçar a sua posição no quarto lugar, até porque o mais direto perseguidor, o Paços de Ferreira, não foi além de um empate em Coimbra (1-1). Um jogo intenso, com cinco golos e que vem agudizar a crise de resultados da equipa de Manuel Machado que já não vence um jogo na liga desde o final de novembro do ano passado.
 
Ali ao lado, no Estádio dos Barreiros, o União de Norton de Matos voltou a bater o Marítimo (1-0), como já tinha feito na primeira volta, no jogo que contribuiu mais para a jornada dos cartões vermelhos, com três expulsões.
 
A fechar a jornada, o Boavista assinou a goleada da ronda, 4-0 ao V. Setúbal naquela que foi a primeira vitória da época para a equipa agora orientada por Erwin Sánchez. O resultado confirma o mau momento dos sadinos, numa sequência de três derrotas e um empate nas últimas quatro jornadas, e um enorme sinal de esperança para o Bessa. O Boavista continua abaixo da linha de água, na penúltima posição, mas agora apenas a quatro pontos das equipas à sua frente.