O treinador do Benfica, Jorge Jesus, na conferência de imprensa após o empate com o Farense (0-0), em jogo da 20.ª jornada da Liga:

«Foi um jogo em que tivemos, dentro da área, dez finalizações. Dessas dez fizemos três na baliza, uma das quais com o Rafa completamente sozinho, isolado, na segunda parte. Criámos imensas oportunidades para fazer golo, normalmente em zonas em que não é fácil entrar. O Benfica conseguiu entrar lá dentro durante os 90 minutos, jogando contra um adversário que pode aproveitar o contra-ataque e a bola parada, mas o Farense não teve possibilidades para nos surpreender. Nos últimos minutos, arriscámos tudo com o posicionamento dos jogadores, desprotegendo a nossa última linha para meter mais jogadores dentro da área e alguém empurrar a bola para dentro da baliza, mas a equipa não conseguiu. Dá a sensação que esta pressão e ansiedade fazem com que, nas suas decisões, os jogadores não pensem tão friamente como o fariam, se estivessem mais confiantes. Perdemos dois pontos num jogo em que fizemos tudo para fazer golos e não conseguimos. É a história do jogo e com mais uma grande penalidade para marcar, sobre o Rafa, na primeira parte. Nestes últimos jogos do campeonato, nota-se essa facilidade de a equipa chegar dentro da área e, depois, a facilidade de não fazer golos com situações, não direi tão fáceis, mas com o mais difícil feito, que é conseguir chegar dentro da área e ter momentos de finalização.»

[Estado psicológico de Rafa com problemas na finalização?] «O Rafa tem sido um dos jogadores com nível de rendimento, jogo a jogo, bom. Não tem sido um jogador com jogos flutuantes. Tem oportunidades para fazer golo. É um indicador de que também as cria, mas falta concretizar. Não sendo um goleador, nunca o foi, também é verdade que, este ano, está a criar mais oportunidades de golo do que normalmente o faz. Mas não faz golos, é esse o reverso da medalha.»

«A equipa joga de três em três dias. Fiz seis alterações e a equipa apresentou-se, fisicamente, com intensidade e a criar oportunidades de golos. O objetivo do futebol é o golo e, para o fazer, tens de criar oportunidades. Foi isso que o Benfica fez. Na segunda parte, notava-se alguma falta de intensidade e, por isso, fui mudando. Fiz cinco substituições sempre a pensar em melhorar a equipa ofensivamente, pelo corredor central e pelos corredores laterais. Isto também tem que ver, neste caso, com um jogo em que a gente correu muito. O Arsenal obrigou-nos a correr muito no jogo em Itália. Tudo isto tem influência no rendimento da equipa, mas não serve de desculpa, porque ela teve, volto a frisar, dez finalizações dentro da área e não conseguiu fazer golo.»