Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações à BTV após a vitória sobre o Boavista por 2-0: 

«O jogo foi mais fácil do que eu pensava de início. Pensava que ia ser mais difícil. A expulsão cedo do jogador do Boavista fez com que o Boavista não conseguisse ter o outro momento do jogo: contra-golpe ou ataque posicional, porque não teve capacidade para isso, mas é normal. Quando se tem menos um jogador, nota-se mais a atacar do que a defender.

A equipa foi gerindo e estava confiante. Sentia que a qualquer momento faria golo. Fizemos dois golos e devíamos ter feito mais. Devíamos ter acelerado mais o jogo para ir para o 3-0 e depois para o 4-0. Mas a equipa procurou não sofrer golos, controlar o resultado e o Seferovic fez mais dois golos: está num momento muito bom, o que é importante para nós porque temos o Darwin a recuperar de uma lesão.

Como disse: foi mais uma vitória sem sofrer golos. Salvo erro, nos últimos sete jogos sofremos um golo, de penálti em Moreira de Cónegos. Agora é preparar a equipa para Braga.

Nota-se que alguns jogadores estão a crescer individualmente. E a equipa também fica melhor. Parabéns aos jogadores do Benfica e agora há que pensar no próximo jogo.»

[Otamendi e Lucas Veríssimo + Diogo Gonçalves]

«O Diogo é um jogador que melhorou a equipa muito na sua fase de decisão. Tem uma qualidade de cruzamento muito grande e acelera o jogo quando quer. Mas acho que ainda pode fazer melhor: não acredita tanto nele como eu acredito. Melhorou os posicionamentos defensivos. 

E a entrada do Lucas Veríssimo melhorou a equipa no corredor central. Que ninguém tenha dúvidas disso! Cada vez mostra mais que o Benfica acertou na contratação de um grande central.»

[Sobre o penálti revertido e o facto de o Benfica continuar sem penáltis na Liga e o golo de Taarabt que não contou por falta do marroquino]

«Esta nova lei do contacto... os árbitros refugiam-se nela. Marcam falta em tudo o que é contacto e não interessa se é a favor do Benfica. Que eu saiba, as leis do futebol dizem que pode haver contacto. Isto não é basquetebol! No basquetebol é que não pode haver contacto e mesmo assim no basquetebol há contacto muitas das vezes em que os jogadores se encontram na disputa da bola.

No futebol, em lances que sejam cobrir o espaço para o adversário não entrar... os árbitros não entendem nada disto. Nunca jogaram e, como nunca jogaram, não entendem. Não têm um conhecimento do que é o jogo. Têm conhecimento das leis do jogo, mas o jogo tem coisas para além das leis do jogo. Os árbitros deviam todos fazer uma reciclagem com as pessoas do futebol, os treinadores, para lhes explicarem que há muitos momentos em que é menos importante a lei do que o conhecimento do próprio jogo.

Nos outros países também está a acontecer isto. Qualquer coisinha em que um jogador proteja o seu espaço de ação da bola... não é ele que toca. É o contrário! Os jogadores que defendem é que vão com a cara aos braços: e depois é 'aaaaai, aaaaai'. Os árbitros estão a ir atrás destas jogadas e têm tempo para reverter. Além disso, o árbitro tinha de deixar acabar a jogada do Adel [Taarabt]. A conversarmos, o nosso futebol vai melhorar. Toda a gente se queixa dos árbitros, mas se toda a gente se queixa, o que é que está errado?! Só duas ou três equipas é que não sei queixam.»