Na mesma conversa descontraída com um jornalista da UOL Esporte em que assumiu o desejo de regressar ao Flamengo, Jorge Jesus falou sobre a saída do Benfica a meio da época.

O treinador afirmou que após a saída de Luís Filipe Vieira da presidência do clube era apenas uma questão de tempo até ele próprio sair também, e recordou o episódio polémico com Pizzi.

«Houve muita pressão política no clube. Quando o presidente, que me fez regressar, foi destituído, eu sabia que mais cedo ou mais tarde iriam despedir-me também. Houve um jogo, na Liga dos Campeões, em que vencemos o Dínamo de Kiev por 2-0 e fomos vaiados no Estádio da Luz. Isto após classificarmo-nos num grupo em que eliminámos o Barcelona», disse.

«Já não havia mais ambiente. Depois ainda houve a indisciplina do Pizzi, que disse um monte de disparates a um dos meus adjuntos, num jogo em que eu estava suspenso, e aí tudo desabou. Mas quando saí, o Benfica estava a três pontos dos líderes [ndr: estava a quatro pontos] e classificado para os oitavos de final da Champions. Hoje, está a 15 pontos da liderança. O problema era só eu?», prosseguiu.

Ainda assim, o técnico de 67 anos não tem problemas que o Benfica de 2009/2010 foi a melhor equipa que orientou, a par do Flamengo de 2019.

«Esse [Benfica] também era uma grande equipa. Tinha Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Ramires, Pablo Aimar, Saviola, Di María... dava prazer. Mas o grupo que mais gostou de mim foi o do Flamengo», concluiu.