Jorge Jesus foi questionado sobre o imbróglio criado nos últimos dias pela Superliga Europeia, tendo respondido, nesta altura em que já se sabe que a ideia morreu, que nunca acreditou que a ambição dos donos dos maiores clubes europeus fosse para a frente. Porque, diz o treinador encarnado, seria uma competição que iria contra a essência do futebol.

«Ninguém teve muito tempo a acompanhar. Em dois ou três dias tudo se alterou, mas nunca acreditei que isto pudesse chegar ao fim. Ao longo da história, o futebol é um jogo criado para as pessoas, para o povo, é um jogo em que os melhores constroem a sua história pelos resultados e não através de um torneio em que alguns que nunca tiveram capacidade de lá chegar desportivamente, agora podiam chegar», frisou.

«A Superliga era contra-natura a essência do desporto, portanto as pessoas que têm paixão e noção do que é o jogo, nunca iriam aderir a uma coisa dessas.»

Na presente época, os encarnados têm alternado o sistema de jogo: ora apresentam-se com uma linha de três defesas, ora jogam com quatro homens atrás. Na véspera do jogo em Portimão, Jesus acabou por não revelar qual dos sistemas vai utilizar e criticou quem apontou cansaço à equipa das águias no duelo contra o Gil.

«Começámos com um sistema e temos desenvolvido outro. Não há um plano A ou B. Usamos o que achamos ser melhor em função dos jogadores e do adversário. São dois sistemas muito parecidos. É fácil mudar de um para o outro, alterando apenas um jogador. Por isso, escolhi estes dois sistemas. O sistema é o princípio de tudo. Não há um melhor do que o outro, depende das dinâmicas que aplicas. Tenho de escolher um para amanhã. Não é por termos perdido com o Gil que a nossa ideia para o jogo de Portimão vai mudar», defendeu, antes de continuar.

«Especulou-se muito que os jogadores poderiam estar mais ou menos cansados pelo trabalho feito durante a semana. Só que não entende nada de treino e não tem noção do que é trabalhar em equipas grandes e no alto nível é que pode escrever alguma coisa sobre isso. Vou dar uma exemplo. Fizemos um exercício de 20 minutos, sei a intensidade do treino de cada um dos jogadores durante o exercícios. Eles têm GPS. Portanto, é uma estupidez quando se fala disto no futebol. Qualquer treinador sabe as intensidades porque as novas tecnologias assim permitem.»