Júlio César e Jorge Jesus coincidiram apenas durante uma época no Benfica, mas o antigo guardião brasileiro guarda boas memórias desse tempo. Tão boas, aliás, que o fazem escolher Jesus em vez de Mourinho – com quem foi campeão da Liga dos Campeões – na hora de decidir qual foi o melhor treinador da carreira.

«Acho que foi o Jorge Jesus. Mesmo [que tenha sido] no final de carreira. Eu gosto muito do trabalho dele. É um treinador realmente diferenciado. Mas não desmerecendo os outros, obviamente. Mourinho foi o ápice da minha carreira. Por coincidência dois portugueses. Foi uma época muito vitoriosa com ele no Inter de Milão, foi contratado para ganhar a Champions, era uma obsessão do presidente e era muito respeitado na competição. Mas entre o Mourinho e Jesus, eu fico com três dedos acima para o Jesus» disse, entre risos, no programa de televisão Caioba Game Show.

O antigo dono da baliza da canarinha não hesitou em elencar os pontos fortes do atual técnico dos encarnados.

«É a forma como ele faz com que o jogador entenda o jogo. Taticamente, ele é absurdo. Respira aquilo 24 horas por dia. Ele tem uma frase: 'jogar à bola todos jogam; agora, entender o jogo poucos entendem'. Eu lembro-me que, quando cheguei ao Benfica, no primeiro ano, aprendi muita coisa. Coisas que eu jamais imaginaria, no final de carreira, com 34 anos, vários títulos conquistados e uma história bonita no futebol. Em termos de gestão, exige muito», apontou.

Roger Flores, que passou pelo Benfica no início do século, também marcou presença no programa e traçou as diferenças entre a atual realidade dos encarnados e aquela que encontrou quando chegou a Portugal.

«O Júlio e, agora, o [Everton] Cebolinha tiveram um Benfica muito diferente do que eu tive. Hoje, o Benfica tem um centro de treinos espetacular. Um dos maiores e melhores do mundo. Eles têm toda a estrutura e todas as condições dos maiores clubes europeus. Fica mais fácil para o profissional se adaptar. Então, eu torço muito para o Cebolinha. Acho que ele é muito talentoso. Vai dar certo, sem dúvida nenhuma», atirou.