Julian Weigl deu uma entrevista à revista alemã Kicker, em que falou sobre o jogo com o Bayern Munique desta quarta-feira, para a Liga dos Campeões, mas também sobre a sua evolução com o Benfica e a relação com Jorge Jesus.

O jogador alemão já marcou dois golos e fez quatro assistências esta temporada, números bem diferentes dos do Borussia Dortmund, em que foram raros os golos e assistências. «Acho que é uma prova de que me sinto muito bem neste sistema. Sinto a confiança do clube e do treinador, conheço as rotinas.

Weigl frisou a importância de Jorge Jesus para este seu progresso, embora admita: «Não foi fácil para mim quando ele veio, em agosto de 2020.»

«Na altura, primeiro procurei erros nos outros e não me concentrei o suficiente em entender o que o treinador realmente queria de mim, o que ele estava a pedir, o que eu deveria fazer melhor. Mas então liguei o interruptor e desenvolvi. Quando entrei, saí-me bem e lutei pelo meu lugar. Durante este tempo, a apreciação mútua cresceu muito», reconheceu, explicando:

«Ele dá-me um papel importante no centro do meio-campo. Eu devo ser o nosso primeiro jogador de desenvolvimento, de saída, que é o meu ponte forte. Mas também aprendi muito com ele defensivamente, em termos de posicionamento e agressividade. Ele sempre pediu isso e tenho de admitir que não tinha isso quando chegou. Roubava poucas bolas e ganhava muito poucos desarmes. Trabalhei nisso», frisou, mostrando-me muito feliz por os adeptos do Benfica o terem eleito como jogador do ano.

«Vim de Dortmund por 20 milhões de euros e até hoje sou a segunda compra mais cara da história do clube. Estávamos no topo da tabela quando cheguei, mas no final da temporada ficámos sem título. Claro que houve críticas a mim e eu entendo. Do ponto de vista dos adeptos, não ajudei a melhorar a equipa. Mas tentei fazer o meu caminho e os adeptos perceberam isso.»

«Acho que vêem o tipo de jogador sou hoje. Consegui convencer as pessoas com a minha forma de jogar futebol. Mesmo sem ser alguém como Erling Haaland, que marca dois ou três golos por partida. É preciso ver com atenção a minha função em campo, por isso esse prémio realmente significou muito para mim», disse Weigl, que falou sobre a decisão de ter deixado a Bundesliga para jogar em Portugal, que não foi entendida por muitos.

«Estou convencido de que fiz a coisa certa. Agora que estamos a jogar na Champions League, essas pessoas também podem ver o quão grande este clube é e como o estamos a dificultar as coisas aos nossos adversários. Não me arrependo de ter vindo», garantiu.

«É um prazer acordar todas as manhãs para ver o sol nascer sobre as casas coloridas daqui. Não é à toa que se fala da luz de Lisboa. É mais divertido estar no campo de treinos aqui, com 25 graus em meados de outubro do com chuva contínua em Dortmund», apontou ainda, frisando: «A sério, as condições que o Benfica tem aqui no campus são incríveis. O clube tem o melhor campo de treinos que já vi.»