Numa altura em que Carlos Vinícius é o homem-golo do Benfica, Bruno Lage só quer evitar que a ansiedade tome conta dos atacantes da equipa.

«A primeira coisa que digo aos jogadores é para começarem a ver o cana Panda. É meio caminho andado para estarem sempre tranquilos», disse em jeito de brincadeira o treinador do Benfica na antevisão ao jogo com o Zenit.

Lage dissertou sobre a vida solitária dos pontas de lança, que passam os jogos em duelos constantes.

«Cobra-se muito nos avançados. A equipa vence, o avançado não marca golo e para ele não tem o mesmo sabor de vitória. Nós temos de entender e dar sempre uma tranqulidade tremenda aos nossos avançados. Quando temos a bola, são os jogadores no campo que menos vezes tocam na bola. Normalmente estão a disputar situações contra os dois centrais, estão de costas para a equipa adversária, estão a ver a equipa a jogar e a preparar a jogada, a ver os alas a chegar à linha de fundo. Têm de calcular, tirar adversários do caminho, esconder-se dos adversários para atacarem no tempo certo. E a bola chega ao ala e ele não cruza a bola no tempo certo ou cruza mais alto, mais baixo e a bola não chega lá. E o ponta de lança vem mais triste para trás», defendeu, rematando com a importância que os avançados têm, por isso, no jogo da equipa.

«A vida do ponta de lança é isto: é passar muito tempo isolado e de repente, com um toque, ele faz com que uma jogada normal se transforme numa bonita jogada», destacou.

Falando diretamente de Carlos Vinícius, o treinador do Benfica defendeu que tudo tem de ficar para trás quando um avançado entra em campo.

«Quando temos um jogador num momento muito bom como está o Vinícius, a equipa tem de tirar partido disso e ele também tem de tirar partido. E quando está num momento menos bom, não se pode esquecer que o golo é apenas uma consequência do trabalho da equipa. E uma coisa que é importante é não ter pressa de viver o amanhã. Viver um dia de cada vez. Porque quando vai para o campo a pensar em muita coisa – se os adeptos o vão assobiar, se vai provar valer os 17 milhões, ou 20 ou 25 que o clube pagou - o jogador perde-se. Por isso, tem de se focar nas tarefas ofensivas e defensivas e tirar partido do jogo da equipa», concluiu.

[artigo atualizado]