Minuto 67, canto para o Benfica na esquerda, confusão na grande área turca, a bola sobra para Raúl Jiménez, o mexicano pica para Luisão. O central tem oportunidade para rematar mas não o faz, espera que a perna esquerda assente por completo na relva e, já em perfeito equilíbrio, aplica com a perna direita uma remate enrolado que acaba na «gaveta» da baliza de Muslera.

Depois do golo, o brasileiro dirigiu-se aos adeptos e apontou para a sigla «respeito» na camisola.

Foi assim o golo de Luisão que deu a vitória ao Benfica frente ao Galatasaray, na última jornada da Liga dos Campeões. O tento do capitão colocou os encarnados de novo em vantagem na partida e acabou por garantir o triunfo em casa frente aos turcos.

Um golo decisivo do central brasileiro que, apesar da posição que ocupa em campo, já é repetente no que toca a grandes decisões.

Desde que chegou à Luz, em 2003, por sete vezes que um golo do «girafa» resultou em vitória para as águias, em várias competições, tirando um ou outro caso em que os seus tentos valeram apenas o empate.

A primeira vez aconteceu logo na época de estreia, frente à Académica, em jogo da 5ª eliminatória da Taça de Portugal. Em Coimbra, o golo solitário do central surgiu logo ao minuto 21 e bastou para levar de vencida a formação dos estudantes e terminar com uma maldição antiga na competição.
 
O polémico lance com Ricardo

Provavelmente aquele que pensou em primeiro lugar.

Menos de um ano depois, agora para o campeonato, o brasileiro marcou o golo que decidiu o dérbi lisboeta, frente ao Sporting, naquele que foi considerado por muitos o jogo do título. Ao minuto 83, Petit bombeia um livre para o centro da área e Luisão, a meias com o guarda-redes Ricardo, consegue cabecear para dentro da baliza dos leões.

O lance deu muito que falar, por aparentemente ter havido um toque nas mãos do guardião leonino, mas o árbitro nada assinalou. O triunfo na Luz acabaria por ser decisivo para a conquista do título dos encarnados nessa época.
 
Luisão deu empurrão rumo aos «quartos» na Champions

O golo decisivo diante do Galatasaray não foi o primeiro digno desse nome na Liga dos Campeões, muito pelo contrário.

Em 2006, o central deu um importante empurrão rumo aos quartos-de-final da liga milionária, frente ao campeão europeu Liverpool, ao marcar um golo ao cair do pano no encontro da primeira mão, no Estádio da Luz.

No jogo da segunda mão, os encarnados foram a Anfield arrancar uma vitória por 2-0 e garantiram um lugar nos «quartos», onde viriam a perder com o Barcelona, vencedor nessa edição da Champions.
 
Uma mãozinha a Fernando Santos

Em setembro de 2006, logo à terceira jornada do campeonato, o capitão ajudou a equipa a derrotar o Nacional, na Luz, com um golo aos 28 minutos.

Uma ajuda importante para Fernando Santos, que se tinha estreado no comando técnico das águias nessa época e vinha de uma pesada derrota por 3-0 no Bessa, com o Boavista.

Em 2010 encomendou as faixas para Jesus

À jornada 24, o Benfica era líder isolado no campeonato com mais três pontos que o Sporting de Braga, quando recebeu na Luz a equipa bracarense, orientada por Domingos Paciência.

Aos 44 minutos, o central marcou o golo que valeu o triunfo e o dilatar da vantagem pontual para o segundo classificado. Pelos lados da Luz já cheirava a título e isso iria mesmo confirmar-se pouco tempo depois.
 
Sporting foi vítima pela segunda vez, com «frango» de Patrício

Em 2013, o duelo entre os dois «grandes» de Lisboa, para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal, foi de emoções fortes. O empate a três no final do tempo regulamentar obrigou a um prolongamento e foi aí que o capitão voltou a fazer das suas.

Aos 97 minutos, um lançamento lateral coloca a bola no meio da área leonina. Uma série de ressaltos fazem a bola percorrer vários metros até chegar à pequena área, onde aparece Luisão. O central, rodeado de adversários, cai e, já no chão, consegue cabecear a bola, que acaba por passar entre as pernas de Rui Patrício.

O «frango» do guarda-redes leonino, como muitos lhe chamaram, deu a vitória aos encarnados e ditou a eliminação dos leões no Estádio da Luz.

Luisão «chateado» com quem disse que estava acabado
 
Doze anos, sete golos, setes decisões. Aos 34 anos, Luisão é sinónimo de liderança mas também garantia de triunfos no Benfica do século XXI. O defesa pediu respeito aos adeptos, e estes números talvez o justifiquem.