O Benfica tem marcado menos golos e consentido mais golos nesta segunda volta. O treinador já tinha identificado os problemas defensivos, e esta sexta-feira, na véspera da deslocação ao Bonfim, abordou os novos problemas ofensivos. A verdade é que nos últimos seis jogos, a equipa da Luz só marcou mais do que um golo no segundo jogo frente ao Shakhtar Donetsk (3-3).

«Quantos golos marcámos nesses seis jogos? A equipa cria um volume de jogo ofensivo que me deixa satisfeito. Cria imensas oportunidades de golo, estamos naquele momento em que não marcamos. No último jogo em casa isso foi evidente. Criámos várias oportunidades na primeira parte, tivemos uma entrada na segunda parte muito forte, falhámos um penálti, marcámos um golo que infelizmente foi anulado por a bola ter tocado meio peito, meio mão no Pizzi. São por pequenos detalhes que a bola não está a entrar», começou por destacar.

O treinador defende que apesar dos poucos golos, a equipa continua a criar muitas ocasiões e está agora a pagar o facto de num passado recente ter habituado os adeptos a muitos golos. «A equipa continua criar oportunidades, continua a marcar, não tantos como marcava, é um facto. Agora estamos a pagar o facto de termos feito uma campanha de um ano a vencer, com jogos com quatro, cinco e seis golos. Houve um jogo em que até chegamos aos 10 o ano passado. Fomos uma equipa que fez 103 golos. Neste momento não estamos a marcar. Amanhã queremos verificar que tudo aquilo que temos vindo a trabalhar está lá. É no jogo que treinadores e jogadores têm de mostrar rendimento», acrescentou.

A falta de golos tem levado o treinador a testar várias soluções no ataque, com constantes mudanças em relação ao jogador que normalmente apoia o ponta de lança. «Temos feitos essas decisões ao longo da época. Até o ano passado houve jogos que jogámos com o Félix e o Gedson na frente, portanto, depende sempre primeiro do rendimento dos jogadores e depois em função do adversário. São essas duas questões e depois também a resposta de quem não está a jogar. Em função disso, vamos sempre tentar acertar no onze e nas melhores decisões para que a equipa responde», referiu.

Mais recentemente, Dyego Sousa, contratado em janeiro, também passou a fazer parte desta equação, mas ainda sem golos. «O Dyego está cá há um mês. Veio de uma paragem prolongada, não fez pré-época e passado duas semanas começou a jogar. Fez primeiro 5 minutos, depois 7, foi entrando, até que fez um jogo muito bom com o Shakhtar. Dos três, agora sem Seferovic, estou satisfeito com o rendimento deles. Somos muito exigentes com eles porque eles é que têm de finalizar o nosso jogo ofensivo. Um jogador que chegou há um mês, tem a pressão de jogar no Benfica, tem a pressão de marcar golos. Mas não vamos já colocar essa pressão para num mês ter rótulo de sucesso ou insucesso», comentou.

Com a necessidade de marcar golos, o Benfica tem descurado a defesa, com uma equipa muito subida que deixa muitos espaços nas suas costas. «Não vou entrar em pormenores sobre isso. Esse espaço sempre houve. Todas as equipas oferecem espaços. Se jogam mais subidos, oferecem nas costas ou entrelinhas. Se não pressionam, na fase de construção. Se basculam demasiado num corredor, oferecem no outro. Cada equipa oferecer espaços, esse espaço que referiu sempre existiu na equipa, tanto o ano passado como este ano», destacou ainda.