Jorge Jesus, treinador do Benfica, em conferência de imprensa, depois da vitória sobre o Portimonense (2-1), no Estádio da Luz, em jogo da 11.ª jornada da Liga:

[Normalmente, o Benfica só despertava depois de sofrer, mas hoje foi ao contrário]

- Falta-lhe essa competitividade, não só em termos competitivos, mas também em termos emocionais. Ainda não aceitamos muito bem quando o adversário tem muito tempo a bola, ficamos nervosos no jogo. Hoje foi ao contrário. O Benfica costuma ser mais forte nas segundas partes, mas hoje foi na primeira. Também tivemos uma semana complicada. Tivemos poblemas com a covid. Não é por um jogador não poder jogar, mas é o ambiente no grupo de trabalho. Estamos sempre desconfiados. Não temos o sossego emocional e tranquilidade. Sentimo-nos seguros, o Benfica dá-nos umas condições de trabalho em relação ao covid espetaculares. Mas a gente não vê. Um dia estás negativo, no outro estás positivo. Os jogadores têm momentos de desconfiança e isso mexe com a equipa. Não tem influencia se tiveres um bom plantel, como é o caso do Benfica, ma tem influência na alegria e confiança no treino.

[O Paulo Sérgio queixou-se de um penálti por assinalar]

- O jogo acabou 2-1, que eu saiba. E antes desse lance estava 2-0. Não era esse lance que punha o adversário à frente do marcador. Eu tenho a sensação que não é, ele, que estava mais perto, tem a sensação de que é. Mas não era um lance que punha o Portimonense na frente do marcador.

[Nervosismo da equipa no final do jogo]

- Se fosse pela primeira parte, dava um 8 em 10 à exibição do Benfica, mas pela segunda tinha de baixar essa média. Temos de olhar para o jogo de duas maneiras. Se olharmos para a segunda parte em comparação com a primeira, não há comparação possível. Olhando para o adversário, chutou uma vez à baliza na segunda parte e fez golo. No futebol vence quem marca mais. Quem teve mais remates à baliza foi o Benfica, não foi o Portimonense. Agora se o Portimonense foi atrevido, foi Isso deixou o Benfica nervoso? É verdade.

[Esperava uma reação tão forte depois da derrota na Supertaça?]

- Não esperava tanto o Benfica na primeira parte, como não esperava que o Benfica perdesse o domínio do jogo na segunda. Psicologicamente é mais complicado para o adversário que está a perder. É verdade que o Benfica, na primeira parte, teve muita qualidade no jogo. Teve nota artística porque teve jogadas que não é qualquer equipa que faz. Mas também não é qualquer equipa que está a este nível, depois na segunda parte deixa o adversário ter posse de bola. É verdade que o Benfica depois pareceu assustada. É que já não conseguimos ser uma equipa disciplinada taticamente. Tentei mais parar o jogo do Portimonense, do que dar mais apoio ofensivo à nossa equipa. O Portimonense teve mérito, mas não criou oportunidades de golo. Não esperava tanto do Benfica na primeira parte, mas também não esperava tão pouco na segunda.