No último título do Benfica, em 2018/2019, houve uma expressão que rapidamente se popularizou.
Reconquista era uma palavra que se ouvia na boca de jogadores, treinador, presidente, sócios e adeptos.
Este ano, pode ainda não haver palavra de ordem, mas, a cada jogo que passa, a reconquista volta a estar mais próxima.
Embalados pelos milhares de adeptos nas bancadas em Portimão, os encarnados entraram muito bem no encontro, à semelhança do que já tinha acontecido frente ao Sporting de Braga.
Logo ao minuto dois, João Neves, que cada vez mais se vem afirmando no meio-campo deste Benfica, deixou o primeiro aviso. O remate do jovem algarvio bateu no poste.
O golo não tardaria – e com polémica à mistura. Aos quatro minutos, Aursnes fez um cruzamento largo, Grimaldo apareceu ao segundo poste e cabeceou. Nakamura ainda defendeu, mas o árbitro considerou que a bola já tinha ultrapassado a linha de golo. O lance mereceu muitos protestos por parte do banco do Portimonense.
Mas no campo o que se via era um domínio claro dos benfiquistas: o quarteto da frente (Rafa, Neres, João Mário e Ramos) ia funcionando na perfeição.
FICHA DE JOGO
Em poucos minutos, dois deles tiveram lances de perigo: aos oito minutos, João Mário viu-lhe um golo ser anulado por fora de jogo e, aos 15, Gonçalo Ramos quase apontou o golo da tarde, mas o remate à entrada da área bateu com estrondo na barra.
Com maior ou menos dificuldade, com maior ou menor felicidade, o Benfica ia conseguindo cumprir o seu papel. O segundo golo chegou ao minuto 28, num lance infeliz para Relvas. Ao tentar fazer um corte, após cruzamento de João Mário, o jovem central dos algarvios fez um auto-golo.
Apesar da desvantagem, o Portimonense conseguiu equilibrar um pouco mais a partida, atitude que se materializou em golo (38m). Seck bateu um livre, a bola ainda bateu em Morato e João Mário, até sobrar para Pedrão que rematou sem hipóteses para Vlachodimos.
A partida parecia relançada, até Park deitar tudo a perder para os algarvios. O central sul-coreano tentou sair a jogar, perdeu a bola e Neres conduziu um contra-ataque rapidíssimo. Gonçalo Ramos, que não marcava há seis jornadas, driblou Park e atirou a contar (43m).
A segunda parte começou na mesma toada: o Benfica entrou a todo o gás e até marcou logo a abrir.
João Mário rematou à entrada da área, Nakamura defendeu para a frente e Rafa fez o golo na recarga para nova explosão de alegria dos milhares de adeptos encarnados. Só que, depois de ouvir o VAR, Artur Soares anulou o golo por fora de jogo do extremo português.
O Portimonense ainda mexeu, fazendo entrar nomes como Paulo Estrela, Rochez e Ricardo Matos, mas nunca conseguiu incomodar a baliza de Vlachodimos.
E o Benfica? Depois do claro domínio, geriu a preciosa vantagem e ainda haveria de marcar mais dois, perto do final, ambos da autoria de Musa.
No primeiro, o ponta de lança croata, acabado de entrar há segundos, só teve de encostar para o fundo da baliza, após uma grande arrancada de Rafa (87m). No segundo, Nakamura não conseguiu agarrar um cruzamento de Grimaldo e Musa aproveitou a oferta (89m).
O placard final espelhou bem a superioridade do Benfica. Os encarnados podem-se sagrar campeões já este domingo. Ou na penúltima jornada. Ou mesmo na última.
A reconquista parece cada vez mais próxima.