Luís Filipe Vieira reagiu esta quinta-feira à notícia da TVI, que apontou que o presidente do Benfica vai ser acusado de recebimento indevido de vantagem. O dirigente reagiu através de um comunicado, divulgado por uma agência de comunicação, o qual indica que «o próprio e/ou o seu advogado não foram notificados», da acusação, pelo que se repete «uma vez mais e sem qualquer penalização para os prevaricadores, uma grosseira violação do segredo de justiça».

Apesar disso, Vieira assume que a notificação da acusação vai chegar, referindo que «é apenas isso mesmo: uma acusação, ou seja, uma alegação de factos envolta numa tese jurídica que há-de ter a resposta da defesa e que depois há-de vir a ser apreciada em tribunal».

Para já, e em sua defesa, o presidente do Benfica indica que a acusação «assenta em factos que não são verdadeiros e em intenções que o sr. Luís Filipe Vieira nunca teve». «E se os factos não são verdadeiros, as intenções são fruto de imaginação», pode ler-se.

«O Sr. Luís Filipe Vieira limitou-se a exercer os seus direitos, como qualquer cidadão o faria: antes de mais, o processo nunca tratou de o Sr. Luís Filipe Vieira ter que entregar alguma quantia ao Estado, contrariamente ao que foi falsamente noticiado. Tratou exatamente do contrário. O Sr. Luís Filipe Vieira, tendo sido interpelado para pagar um imposto que não era devido, no exorbitante valor de 1 milhão 611 mil euros, o que fez foi pagá-lo primeiro. De seguida impugnou a decisão que o mandava pagar tal imposto e exerceu o seu direito de exigir a devolução do pagamento, por o imposto ser indevido.»

O comunicado garante, por isso, que Vieira «não subornou nem corrompeu ninguém». «O problema foi que a entrega ao Estado do 1 milhão e 611 mil euros pelo Sr. Luís Filipe Vieira foi feita em 28.09.2011. E a devolução do que o Estado devia ao Senhor Luís Filipe Vieira só foi feita 8 anos mais tarde. Repete-se, oito anos mais tarde. Que cidadão fica satisfeito e inactivo durante oito anos à espera que o Estado lhe devolva o que indevidamente pagou?», interroga.

«E foi então que o Sr. Luís Filipe Vieira se queixou a todos os seus conhecidos dessa ilegal demora. Em especial, o Sr. Luís Filipe Vieira não deu nem pagou nada, nem um cêntimo, ao Sr. Desembargador Rui Rangel. Nem nunca o Sr. Luís Filipe Vieira sequer lhe prometeu fosse o que fosse».

Luís Filipe Vieira garante, por isso, que «mais não quis do que chamar a atenção do Tribunal para a violação dos seus direitos que estava a ocorrer com uma tão grande e ilícita demora na decisão e, consequentemente, com uma tão grande e ilícita demora na devolução do seu dinheiro». «Sobre isso apenas pediu a um amigo, que era amigo do Dr. Rangel, que falasse com ele sobre o que é que ele achava que se poderia fazer para o Tribunal Fiscal cumprir o seu dever de decidir.»