Yannick Djaló voltou a sorrir: sorri muito.

Nos Estados Unidos diz que a vida não corre apenas sobre rodas: corre sobre patins em linha. Vive na California, naquela que diz ser uma zona linda de San José.

Embora as longas viagens o obriguem a passar muito tempo fora de casa - no último fim de semana passou seis horas dentro de um avião para ir a Nova Iorque, por exemplo -, os estágios das equipas americanas não cansam: nos três dias há liberdade para ir até jantar sempre fora. O clube dá dinheiro aos jogadores e estes fazem o que querem do tempo até à hora de jogo.

De resto fala de um campeonato que está a evoluir muito, que consegue ter 70 mil espetadores num jogo, e fala de um país onde um futebolista pode fazer a vida normal sem ser alvo dos olhares dos outros.

Por isso sorri, lá está, e acredita que daqui por cinco anos todos os jogadores quererão a liga americana.


Como é que correm as coisas nos Estados Unidos?
Felizmente está a correr muito bem. Tem sido uma experiência espetacular e estou a gostar bastante de estar aqui.

Voltou a marcar assiduamente: três golos em treze jogos. Sente que está a viver um momento feliz?
Tem sido bastante positivo. O princípio não foi fácil, estive muito tempo parado e foi complicado voltar a adquirir a melhor forma porque tinha sempre mialgias. Tanto assim que dos treze jogos que joguei muitos não foram completos, exatamente por isso, estava com alguns problemas físicos. Agora já estou muito melhor, tenho feito os noventa minutos e claro que estando na minha melhor forma física torna-se tudo mais fácil

Ainda para mais agora tornou-se o homem dos golos bonitos...
[risos] Tenho-me enganado às vezes... Não, tem corrido bem. Estou super confiante e claro que um jogador quando está confiante as coisas tornam-se muito mais fáceis.

O futebol nos Estados Unidos preenche um futebolista?
A mim tem-me preenchido. Fiquei bastante surpreendido com o futebol aqui. Os jogos têm sempre muito público, a liga é muito competitiva, nunca se sabe quem vai ganhar, cada jogo é uma incógnita muito grande. Para além disso é uma liga que está a ter uma evolução incrível, de ano para ano tem evoluído bastante, e acredito que daqui a cinco anos será das grandes ligas do futebol mundial.

Então a resposta é sim?
Sim, é. Estou a adorar.

E continuar nos Estados Unidos?
Como tenho estado a gostar bastante, é uma possibilidade.E ficando aqui a minha total prioridade será o San José. É um clube que tem crescido bastante, para o ano irá ter um estádio novo, vai fazer um investimento maior na equipa de futebol e portanto para o ano certamente as coisas serão diferentes. Para além disso sinto-me super bem aqui, as pessoas tratam-me muito bem, tenho uma qualidade de vida excecional, portanto não tenho motivos para querer ir para outra equipa.

A vida em San José corre sobre patins em linha?
Espetacular. É fantástico viver aqui. Tenho estado a adorar e não tenho nada com que me queixar.

E nesse sentido o que é que os Estados Unidos já lhe deram?
Essencialmente fizeram-me voltar a ser feliz a jogar futebol. Recuperei a felicidade e recuperei a minha confiança que já não tinha. E é uma coisa que também nunca irei conseguir pagar, porque já não tinha alegria a jogar futebol e aqui recuperei-a.

Recuperou o sorriso no dia a dia também?
Em tudo. Muito alegre agora.