De pólvora seca e espírito intermitente, o Benfica resgatou um ponto em Miami, perante o Boca Juniors (2-2). Para a estreia no Mundial de Clubes, Bruno Lage surpreendeu, mas não venceu ao apostar na titularidade de Renato Sanches e de Samuel Dahl a lateral direito.
Do outro lado, o guarda-redes Marchesín (ex-FC Porto) e o médio Battaglia – ex-Sporting e Sp. Braga – foram titulares, enquanto Rojo (ex-Sporting) não saiu do banco.
Recorde o desenrolar desta partida.
Perante um “mar” azul e amarelo – com apontamentos de vermelho e branco – o Benfica assumiu a batuta a princípio, com Di María, Pavlidis e Bruma a liderarem as investidas, na maioria construídas dos corredores para o centro. Todavia, os ataques revelaram-se de pólvora seca e as dificuldades para encontrar elementos nucleares como Aursnes e Carreras foram evidentes.
Em contracorrente, o Boca Juniors inaugurou o marcador à passagem do minuto 22, quando o lateral Blanco descartou Florentino com classe e, pela esquerda, serviu Merentiel, que desviou ao primeiro poste. Na primeira oportunidade, ao segundo remate, os argentinos reforçaram a festa nas bancadas.
Até ao intervalo, o Benfica permaneceu atordoado e incapaz de retomar a mó de cima, até porque Bruma, Di María, Carreras, Aursnes e Pavlidis tornaram-se meros vultos. A dureza nos duelos prevaleceu e atormentou as águias, que paulatinamente perderam a paciência.
Por isso, bastaram seis minutos para o Boca duplicar a vantagem. De contra-ataque em contra-ataque, um canto cobrado à esquerda encontrou a cabeça de Costa, que serviu Battaglia.
Em cima do minuto 28, o médio ex-Sporting e Sp. Braga cabeceou nas costas de Aursnes, sem hipóteses para Trubin.
No caminho para a pausa, uma entrada imprudente sobre Otamendi permitiu a Di María capitalizar um penálti e assinar o 16.º golo na época. Estavam decorridos 45+2 minutos.
Obrigado a procurar velocidade, frescura técnica e emocional, e domínio, Bruno Lage trocou Dahl por Belotti antes da etapa complementar, recuando Aursnes para a lateral direita. Todavia, sem efeito. Entre trocas, faltas e antijogo, o avançado italiano foi apenas corpo presente, de contribuição escassa. Até porque deixou o encontro aos 72 minutos, após entrada imprudente sobre Costa.
Curiosamente, foi em inferioridade que as águias se agigantaram. Decorria o minuto 84 quando Aursnes cobrou um canto à direita e Otamendi cabeceou para o oitavo golo em 2024/25, resgatando as esperanças.
Até final, o defesa Figal foi expulso por uma entrada muito dura sobre Florentino – que deixou o médio com queixas no ombro e na perna – e o árbitro deu somente cinco minutos de compensação, quando se justificava, pelo menos, o dobro. Na segunda parte, ora por desinspiração, ora por matreirice do Boca, praticamente não se jogou.
Em todo o caso, o ponto favorece o Benfica, que viu nova exibição negativa quase culminar em desaire.
Assim, o Bayern Munique lidera o Grupo C, com três pontos, dois de vantagem sobre esta dupla. Na sexta-feira, o Benfica mede forças com o Auckland City (4.º), às 17 horas de Portugal Continental, em Orlando (Florida).
Mais tarde, na madrugada de sábado (2h), o Boca Juniors joga frente ao Bayern, de novo em Miami.