A FIGURA: João Mário

Não foi só o golo. O médio esteve em tudo o que o Benfica fez de bom no jogo. Abriu o marcador e depois fartou-se de abrir o livro. Ficou perto do bis ainda na primeira parte e depois vestiu-se de número 10 a espalhar classe. O passe com que deixou Gonçalo Ramos na cara do golo aos 61m merecia melhor pontaria do avançado. E o mesmo se pode dizer do lance aos 66m. Não foi mesmo por ele que o Benfica não respirou de alívio mais cedo.

O MOMENTO: o penálti falhado por Aursnes (19m)

Aos 19m, o Benfica podia ter resolvido o jogo. Já a vencer por 1-0, graças a golos de João Mário de penálti, as águias beneficiaram de nova oportunidade dos 11 metros, o norueguês Aursnes assumiu, mas permitiu a defesa de Nakamura. E durante o resto do tempo, muitos adeptos devem ter ficado a pensar «e se…». É verdade que o Portimonense nunca ameaçou verdadeiramente, enquanto o Benfica criou e desperdiçou oportunidades para golear. Mas se o Portimonense tivesse chegado ao empate, aquele penálti de Aursnes ia ser muito «chorado».

OUTROS DESTAQUES

António Silva

Ao nível habitual. Muito fiável a defender e importante a construir. Mesmo se não fosse exatamente aquilo que pretendia fazer, foi António Silva que lançou Gonçalo Ramos no primeiro penálti. O defesa ganhou um duelo a meio campo, cortou de cabeça e deixou isolado o companheiro que Nakamura derrubou. Instantes após o penálti falhado por Aursnes, cabeceou à trave.

Otamendi

Estatuto e forma de campeão do mundo. O argentino recebeu, no início do jogo, uma ovação do Estádio da Luz pelo título que conquistou com a Argentina. Mas depois ligou o chip de comandante e arrancou uma exibição imaculada a não dar o mínimo espaço de manobra aos adversários na área do Benfica.

Gonçalo Ramos

Ganhou o penálti que João Mário converteu para o 1-0 e esteve sempre muito ligado a combinar com os companheiros de ataque. Mas teve uma noite para esquecer no que diz respeito à finalização. Podia ter saído do jogo com mais do que um golo, mas desperdiçou de todas as formas e feitio.

João Neves

Mais um dia que o jovem médio não irá esquecer: a estreia na Luz. Entrou com o resultado incerto, sinal de que Schmidt confia mesmo no potencial dele, e não se encolheu no momento de assumir responsabilidades de pegar no jogo. Ajudou também o «bruaa» do público de cada vez que tocou na bola, mas isso não é tudo. Se aquele remate de muito longe já nos descontos tem entrado, o estádio vinha abaixo, não era?

Nakamura

De certeza que não é Nakamuro? É que o guarda-redes japonês parecia uma parede levantada na baliza do Portimonense. É verdade que começou o jogo com um erro de cálculo ao derrubar Gonçalo Ramos no penálti marcado por João Mário. Mas depois arrancou para uma exibição de mão cheia. Perdemos a conta aos golos que impediu, com o ponto alto a ser, claro, o penálti defendido a Aursnes.