As figuras: os guarda-redes

Vlachodimos

Na primeira parte Donnarumma, na segunda Vlachodimos. Schmidt tinha avisado que era preciso contar com guarda-redes e o internacional helénico assumiu a tarefa. A defesa a remate de Mbappé, aos 68 minutos, foi o ponto alto de uma exibição em cheio, com várias intervenções decisivas. Foi, no fundo, o que o Benfica precisou que fosse. Enorme.

 Donnarumma

Gigantesco, facilmente se transformou numa das figuras do jogo. O que também abona ao que os encarnados fizeram. Donnarumma negou o golo a Gonçalo Ramos, David Neres e António Silva. A defesa à tentativa do brasileiro é espantosa e mesmo aquela primeira, a Ramos, é de quem enche a baliza. Era claramente o primeiro jogador em destaque, até que surgiu Messi e o golpe de Danilo, à traição. Na segunda parte, teve menos trabalho, mas sai como figura porque ninguém esquecerá de que foi o derradeiro herói francês e vilão para os da Luz com aquela defesa a jogada individual de Rafa.

O momento: minuto 81

O golo de Messi mudou o jogo, o quase golo de Rafa quase mudava a história. O duelo estava assim: o PSG dominava, procurava o 1-2; o Benfica aguentava e tentava desferir um KO. Rafa arrancou do meio-campo, a Luz saía das cadeiras, a ilusão crescia e depois bateu em Donnarumma. Era ali, foi ali que ficou a vitória do Benfica.

Outros destaques

António Silva

No final, a velocidade de Mbappé foi um problema. Mas até lá, António Silva fez outra exibição de grande solidez. Ao lado de Otamendi, e isso também foi importante, o jovem central voltou a encher, certamente, blocos de notas de olheiros. Numa palavra, impecável.

Florentino Luís e Enzo

Correram muito e acorreram ainda mais. Verdade que nem tudo saiu bem ao argentino, enquanto Florentino foi o músculo necessário em período que o PSG mandava e tinha espaço. Enzo foi fulcral enquanto teve energia, mas depois perdeu a energia – ao contrário de Florentino, que se manteve intenso e cortou não só lances de transição parisiense, que pareciam perigosos, como empregou luta até final.

João Mário

Muito constante e de uma importância grande. Colocou a inteligência em campo, sem precipitações e a tratar bem a bola. João Mário foi um fator no jogo, permitiu aos encarnados ter bola com qualidade, com boas saídas em posse e desmarcações. Parece discreto, mas é de uma grande relevância.

Lionel Messi

Que mais há para escrever sobre o argentino? Nada. Enésima vez que Messi foi Messi. Um jogador sublime, capaz de fazer a diferença em qualquer jogo. Um golaço na Luz e sempre ele, sempre ele a desequilibrar. Tem dúvidas? É só ir rever as ações do camisola 30 e verificar a quantidade de vezes que o desequilíbrio foi dele.

Vitinha

Vamos começar por algo lateral ao jogo: como é que ainda não se percebeu que é um médio único – de entre os médios portugueses -, uma raridade futebolística que emigrou e que é o melhor companheiro daquele tridente da frente. O PSG é muito ele também, como provavelmente poderia ser a seleção. Único, repita-se, com aquele futebol de toque e associação quer em espaço curto ou longo, mas sempre, sempre imaginativo.