Roger Schmidt concedeu uma longa entrevista ao Der Spiegel, partilhada neste sábado pelo Benfica. Ao longo da conversa, o treinador alemão faz várias referências elogiosas ao emblema encarnado.

«Para mim, como amante de futebol, podemos falar de grandes clubes e o Benfica é um deles, ao nível de um Real Madrid ou de um Barcelona. O Benfica é o expoente máximo do futebol», disse o técnico, a certa altura.

O treinador explicou que o Benfica não é um novo rico no panorama futebolístico: «Historicamente, e em termos de dimensão, é muito especial. Não houve ninguém a comprar o clube por 4 mil milhões de euros e a injetar aqui dinheiro de repente. É um clube em que as pessoas poupam todos os meses para poder ir ao estádio. É um clube que tem de vender jogadores para funcionar, um clube com 20 modalidades diferentes e todas as pessoas acompanham essas modalidades com paixão. »

«O clube tem grandes objetivos, o Benfica joga para vencer títulos, temos de dar alegrias aos adeptos. É preciso preparar os jogadores para assumir essa responsabilidade. Têm de estar ao mais alto nível e isso não acontece se nos concentramos apenas em 11 jogadores. É claro que em todos os jogos há uma equipa titular, mas temos de olhar para o grupo todo. Para vencer o título em Portugal, são precisos 85 ou 90 pontos, portanto tem de se ganhar quase sempre e isso só acontece quando temos todos os jogadores prontos para entrar, seja qual for o contexto», salientou ainda.

Roger Schmidt falou sobre o seu estilo de jogo predileto, virado para o ataque: «Não sou um treinador que pensa que o adversário joga de determinada forma e que por isso vou passar a semana a determinar a forma como vamos jogar. Não. Na minha cabeça está 100% clara a forma como vamos jogar. Vejo como o adversário joga, dou algumas informações aos jogadores, mas nós jogamos à Benfica, jogamos para vencer.»

«Há três anos que o Benfica não vencer qualquer título, seja um campeonato ou as taças, portanto a expectativa é elevada. Temos de fazer por isso, mas eu estou concentrado no presente, no trabalho diário, e tenho tido bons resultados assim», frisou.

Revelando que nunca leu um livro sobre futebol - «até podia ser interessante, mas nunca tive tempo e nunca me pareceu importante» -, o treinador encarnado confessou que ainda não começou a aprender a língua portuguesa.

«No início, prometi que ia aprender português, mas é complicado. É uma língua muito difícil e seria um investimento temporal muito grande até saber o suficiente para dar treinos em português. Para falar a verdade, não me atrevo. Em inglês funciona bem. Gostava de falar português, aliás gostava de falar mais línguas, mas era preciso ter aprendido quando era mais novo», rematou Schmidt.