Prestes a cumprir seis meses no comando do Benfica, o alemão Roger Schmidt faz um balanço positivo deste período e admite que a adaptação a um novo país foi «muito fácil».

«A qualidade de vida em Portugal, particularmente em Lisboa, é muito boa. Sabia disso à partida. O que não sabia era que as pessoas eram tão acolhedoras e que ia sentir-me em casa tão rápido. Por isso, a minha adaptação foi muito fácil. Depois, claro, com o trabalho no clube, e à medida que fui conhecendo o staff, integrei-me muito depressa», reconheceu em entrevista aos órgãos de comunicação do clube encarnado.

Schmidt, porém, ainda não fala português. «Não sou capaz! Não consegui aprender português em tão pouco tempo. Estou a trabalhar nisso, aos poucos, mas acho que o inglês resulta bem em Portugal, quase todos os portugueses falam inglês, e nas minhas experiências no estrangeiro a tradução nunca foi um problema. Por isso, penso que dá perfeitamente para passar a mensagem.»

O técnico germânico frisa também que já conhecia a dimensão das águias, «até pelo número de sócios», mas assume que «para perceber realmente como é grande, é preciso estar em Lisboa ou em Portugal».

«Penso que ao estar lá, ao experienciar o amor e a paixão pelo Benfica, tanto no clube como na cidade, ficamos a perceber que tem um papel enorme, não só em Lisboa, mas em todo o país. Quando jogamos em Lisboa, mas também nos jogos fora de casa, há sempre benfiquistas connosco. É sempre especial, e tenho de admitir que nunca tinha experienciado algo assim. Existe um sentido de responsabilidade pela felicidade e pelo orgulho das pessoas, e isso é uma enorme motivação», sublinhou.

Quanto ao estilo de jogo que construiu na pré-temporada, Schmidt entende que os jogadores «gostam de jogar assim» e está satisfeito com os reforços de verão.

«Rapidamente ficámos alinhados e fizemos transferências muito boas. Os jogadores que chegaram nesta época encaixam muito bem. O sucesso gera confiança, e a equipa entra numa onda positiva, por isso acho que temos sido bem-sucedidos», destacou.

«O Benfica identifica-se com futebol ofensivo, e é isso que queremos mostrar no campo», acrescentou.

O treinador encarnado confessa ainda que gosta da «diversidade» que tem na equipa. «Temos jogadores muito experientes, como o nosso capitão Nico Otamendi, que aparece há muito tempo no futebol, e temos jovens jogadores na equipa, em início de carreira. A nossa dupla de centrais, composta por Nico Otamendi e António Silva, é o reflexo da nossa equipa: um jovem oriundo da nossa Formação e um jogador que esteve no Manchester City, que representa a seleção da Argentina, e que já conquistou muito.»

«Juntá-los a todos é um naturalmente um desafio. Penso que para superar esse desafio, e para acompanhar e liderar os jogadores, é importante já ter experienciado estas situações, para conseguir comunicar com estes jogadores, e acompanhá-los. Claro que um jogador jovem precisa de mais orientação e conselhos táticos, e um jogador experiente só precisa de instruções específicas», completou.

Em época de estreia no Benfica, Schmidt segue invencível, ao fim de 27 jogos, tendo vencido 23 deles. O Benfica, que está a fazer o segundo melhor arranque de época de sempre, lidera o campeonato com oito pontos de distância sobre o segundo classificado, após 13 jornadas, e está ainda em todas as frentes.