A ideia partiu de João Félix.

A páginas tantas, no documentário Factory of Dreams, o avançado avança com uma certeza. «Se fizéssemos um onze com todos os jogadores da formação, o Benfica teria todas as possibilidades de ser campeão europeu», garantiu João Félix.

Uma ideia sublinhada por Rui Costa, que recordou no mesmo documentário que a Youth League tem menos de uma década de vida e o Benfica já esteve quatro vezes na final.

Ora perante isto, o Maisfutebol decidiu ir fazer as contas. A partir daí fizemos o onze com todos os jogadores da formação, como sugeriu João Félix, mas de todos os grandes clubes europeus. Por jogadores da formação tivemos em conta a definição da UEFA: um atleta que tenha passado três temporadas consecutivas no mesmo clube entre os 15 e os 21 anos. E claro, só entram nesta equação jogadores ainda em atividade.

Vamos então ver que equipas teríamos.

BENFICA

Não há dúvida, de facto, que o Benfica seria um forte candidato a ganhar a Champions. Cinco jogadores estão avaliados acima dos 40 milhões de euros, sendo que Bernardo Silva, Ruben Dias e João Cancelo estão até avaliados acima dos 70 milhões. À exceção de Nuno Tavares, todos são jogadores internacionais e nove são escolhas habituais para as respetivas seleções.

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BARCELONA

Provavelmente o onze mais forte de jogadores da formação. Uma equipa que junta Messi, Pedri (cresceu no Las Palmas, é verdade, mas cumpre a terceira época no Barça antes dos 21 anos), Thiago Alcântara, Gavi e Busquets é favorito a ganhar tudo em que entra. Depois ainda junta jogadores Ansu Fati, Adama Traoré, Cucurella, Eric Garcia, enfim. Temível.

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PSG

Outra constelação de estrelas, que começa num ponta de lança de 160 milhões: Kylian Mbappé, pois claro, que cresceu no Mónaco, mas acabou por também cumprir três épocas no PSG antes dos 21 anos. A frente de ataque é, aliás, assustadora. Ainda há Nkunku, Kingsley Coman e Moussa Diaby. O transfermarkt diz que estes quatro atletas valem 350 milhões...

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SPORTING

Outra equipa que poderia lutar pelo título, embora já esteja algo envelhecida. No entanto, uma frente de ataque com Ronaldo e Rafael Leão, aos quais se junta Daniel Podence, pode sempre aspirar a coisas grandes. O onze leonino, com outros destaques como João Mário, William e Nuno Mendes, ainda deixa de fora veteranos como João Moutinho e José Fonte.

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AJAX

Outro onze de quem se podia esperar tudo, ou não fosse o Ajax um clube formador. Por isso a equipa mete respeito, sobretudo no meio-campo, com uma linha formada por De Jong, Gravenberch, Van de Beek, Eriksen e Bergwin. A equipa dá-se até ao luxo de deixar de fora nomes como Timber, Mazraoui ou Dest, que juntos estão avaliados em 86 milhões.

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MANCHESTER UNITED

Outro forte candidato a ganhar tudo em que entrasse, ou não tivesse craques como Pogba, Rashford, Elanga e McTominay. Só estes quatro juntos estão avaliados em 140 milhões de euros. A estes ainda há que acrescentar Cristiano Ronaldo, que chegou a Manchester com 18 anos. O problema parece estar na defesa, claramente abaixo do resto da equipa.

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FC PORTO

Provavelmente o grande português que seria mais dificuldades em lutar pelo título europeu, sobretudo pela fragilidade da defesa, que em outros tempos já foi o ponto forte da formação portista. Mesmo assim, no meio-campo estaria fortíssima, com quatro jogadores que juntos valem 115 milhões de euros: Ruben Neves, Vitinha, Fábio Vieira e Sérgio Oliveira.

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RB SALZBURGO

Seria à partida um forte candidato ao título, mas a verdade é que craques que passaram pelo clube muitos jovens como Sadio Mané, Haaland ou Naby Keita não cumprem os requisitos da UEFA para serem considerados da formação. Mesmo assim um onze com Adeyemi, Patson Daka, Szoboszlai, Upamecano e Kevin Kampl poderia lutar por muitos títulos.

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ARSENAL

Não estará provavelmente ao nível de um Barcelona, de um PSG ou de um Benfica, mas anda lá perto, com craques em grande momento de forma como são os casos de Bukayo Saka, Gnabry ou Smith-Rowe. A frente de ataque ficaria entregue a Malen e Nketiah, pelo que seria o ponto menos forte da equipa. Mas ainda assim um onze que poderia lutar por títulos.

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BORUSSIA DORTMUND

Não tem um guarda-redes formado no clube que dê garantias e não tem médios defensivos, mas daí para a frente é um caso sério de talento. Por isso teria de ser um onze virado para o ataque: Marco Reus e Gotze teriam de correr mais do que gostariam, até porque à frente deles haveria Bellingham, Sancho, Moukoko, Reyna e Pulisic. Qualidade, portanto.

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MANCHESTER CITY

Um milionário que não é propriamente um clube formado, mas que consegue ainda assim apresentar um onze para lutar pelo título. Basta dizer que tem Phil Foden e Jadon Sancho nas alas, eles que juntos valem 170 milhões. Depois ainda há Brahim Díaz, Iheanacho, Seko Fofana, Eric Garcia, Trippier, enfim, seria sem dúvida uma equipa muito competente. Sobretudo se pudesse também ser orientada por Pep Guardiola.

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SOUTHAMPTON

Surpreendente? Nem por isso, se pensamos nos atletas que vendeu para os grandes de Inglaterra nos últimos anos. É verdade que nomes como Sadio Mané ou Van Dijk não cabem na definição de jogadores da formação, mas ainda assim há Gareth Bale, Théo Walcott, Lalana, Ward-Prowse, Chambers, Luke Shaw. O problema parece estar nas pontas: o avançado e o guarda-redes são claramente inferiores ao resto da equipa.

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BAYERN MUNIQUE

O gigante bávaro tem um grande problema: o ataque. Por isso somos obrigados a colocar dois homens que não são avançados-centro, mas conseguem marcar golos: Alphonso Davies e Muller. De resto, o meio-campo é temível, com Toni Kroos, Emre Can e Musiala e a defesa é também muito competente. Dava para lutar com muita dignidade até ao fim pela vitória.

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PSV

Outro caso de uma equipa que teria de ser virada para o ataque por falta de alternativas de mais qualidade na retaguarda. Mas um onze com Madueke, Depay, Gakpo, Danjuma e Scamacca poderia tirar o sono a qualquer adversário. O problema estava em defender, claro, mesmo que Bazoer consiga correr como se não houvesse mundo amanhã.

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REAL MADRID

Ao olhar para o onze saído da formação merengue percebemos como este é um caso sério de um gigante europeu que não consegue criar talentos ao nível da grandeza do clube. Claro que há craques como Morata, Sarabia, Odegaard, Marcos Llorente, Hakimi, Marcos Alonso ou Mario Hermoso, mas parece muito curto para um clube com um nome tão grande.

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RENNES

Se o Real Madrid é a cara, o Rennes é a coroa. Ou seja, precisamente o contrário: um clube que não tem um nome enorme, mas que tem uma formação (sempre teve, aliás) de muita qualidade. Basta olhar para três nomes: Camavinga (Real Madrid), Dembelé (Barcelona) e Mathys Tel (Bayern Munique). Depois ainda há Rutter, Sofiane Diop, Bakayoko, enfim. Um onze também muito competente.

Nota: Percorra a galeria associada ao artigo para ver estes e outros onzes das melhores equipas europeias.