Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações à Sport TV, depois do empate com o V. Guimarães (3-3), no Estádio Dom Afonso Henriques, em jogo do Grupo A da terceira fase da Taça da Liga:

[Segunda parte mais difícil, o que mudou?]

- Foi diferente porque o Guimarães fez dois golos e o Benfica não fez nenhum. Resumindo o jogo: para já foi um excelente jogo, seis golos, com duas equipas que queriam ganhar. É verdade que o Benfica a ganhar por 2-0 ou 3-1, seja qual for o adversário, não pode deixar-se empatar porque o conteúdo do Benfica defensivamente é muito forte. É verdade que o Guimarães também tem algum mérito, o 3-2 é um grande cruzamento e um bom cabeceamento, mas na segunda parte já não fomos a equipa tão forte como fomos na primeira. É normal, com jogadores que não têm jogado tanto, começaram a ter falta de intensidade para acompanhar alguns jogadores do Guimarães.

- Também é verdade que também podíamos ter feito o 3-0, com o João Mário completamente isolado ainda na primeira parte e acabamos por sofrer o 3-1. Mas isso são contingências do futebol, são coisas normais. Não é muito normal seis golos num jogo, mas tinha a ideia, quando o jogo foi lançado, que seria com duas equipas que queriam fazer golos. O Guimarães fez, isto é que é jogar futebol, o que o Guimarães e o Benfica fizeram. Não houve cá jogadores a cair para o chão. Nem o Benfica a ganhar fez isso. Isto é que os adeptos gostam, isto é que é espetáculo. Foi um excelente jogo para quem viu em casa e para quem veio ao estádio, isso para mim é que é importante. Agora fazes três golos, tens de sair daqui com uma vitória como fizemos no campeonato.

[O que falhou para o Benfica defender essa vantagem?]

- Não conseguiu. Faltou-nos intensidade na última meia-hora. Mesmo nas modificações que fiz, não ajudaram muito. A entrada do Diogo e do Rafa, principalmente, não conseguiram entrar no jogo. Começamos a perder aquilo que foi a nossa qualidade de jogo na primeira parte. Na segunda parte nem conseguimos parar a equipa do Guimarães, nem conseguimos sair em contragolpe. O Guimarães fez também por isso, com muitas alterações, muitas modificações táticas, acabou com um 4x4x2 com dois pontas de lança e o Edwards nas costas. Com estas modificações, os nossos dois médios que entraram também não houve um feedback. Não há um timeout, não dá para parar o jogo. Tentei passar essa informação ao Julian (ndr. Weigl), mas o Julian não percebeu o que ia fazer quando entrou. Tudo isso desequilibrou a equipa defensivamente.

- Para mim o que conta é que ainda temos uma palavra a dizer. O Benfica agora só está dependente do jogo com o Covilhã. Se tivéssemos ganho tínhamos praticamente assegurado a Final Four. Não conseguimos, mas ainda temo uma chance. Devíamos ter saído daqui com uma vitória, o Guimarães teve mérito, agora o Benfica devia ter capacidade para segurar o resultado e não teve.