Na despedida das conferências de antevisão, tal como tinha prometido, Nelson Veríssimo aceitou fazer um balanço do que foi esta segunda passagem pela equipa principal do Benfica, sem ter receio de admitir que a época redundou num falhanço em termos desportivos.

«Há momentos mais marcantes do que outros, como o que vivemos em Amesterdão [com o Ajax], em Inglaterra [com o Liverpool], ou em Alvalade. Mas acima de tudo, saímos com a consciência de que fizemos tudo para conseguir resultados, que infelizmente não foram conseguidos», começou por dizer.

«Não foi uma passagem bem-sucedida porque não conquistámos nenhum título. Podemos olhar para o copo meio cheio e perceber que a equipa fez coisas positivas a partir do momento em que entrámos, nomeadamente, o trajeto na Liga dos Campeões. A nível interno, o objetivo era o título, que não conseguimos, e também não alcançámos o segundo objetivo, que seria apuramento direto para a Liga dos Campeões. Por isso, podemos considerar que foi um falhanço, como o nosso presidente também já disse», acrescentou.

Veríssimo lembrou ainda como pontos positivos alguns dados estatísticos da equipa e também a evolução demonstrada por alguns jogadores desde que assumiu a equipa, no início de 2022.

«Podemos lembrar que marcámos em todos os jogos, de forma consecutiva, durante quatro meses. E houve jogadores que cresceram com a nossa entrada, como o Darwin, o Everton, ou o Weigl. Demos também continuidade a jogadores como o Gonçalo Ramos e Paulo Bernardo e abrimos portas para se olhar para outros jovens que se estrearam, como o Henrique Araújo, o Sandro Cruz, o Tiago Gouveia», enumerou.

O treinador garantiu ainda que nunca pensou no que o cargo de treinador principal do Benfica lhe podia dar enquanto treinador, mas sim no contriubuto que ele próprio daria à equipa.

«Quando abracei esta missão, aquilo em que pensei foi no que eu podia acrescentar a esta equipa. Essa foi a preocupação, e não olhar para mim enquanto treinador. A missão não terminou como queríamos, não conseguimos vencer a Taça da Liga, apesar de termos chegado à final, nem o título nacional. Sabíamos que era difícil, mas não impossível. Tudo fizemos para chegar ao final desta missão de forma bem-sucedida, mas não aconteceu», reforçou ainda.

Ainda assim, Nelson Veríssimo deixou clara a convicção de que o seu caminho e o do Benfica se vão voltar a cruzar, e em circunstâncias distintas.

«É a segunda vez que passo nesta cadeira de sonho. Não foi no cenário ideal, como não tinha sido da primeira vez que assumi o cargo, mas tenho a certeza de que esta porta se irá abrir num futuro próximo, noutras circunstâncias», declarou.

[artigo atualizado]