Os treinadores de Sertanense, José Bizarro, e Olhanense, Daúto Faquirá, em declarações após o encontro da III eliminatória da Taça de Portugal, que os algarvios venceram. O campeão do mundo em Riade foi expulso no decorrer do encontro e abordou a ordem do árbitro, no final da partida:

José Bizarro

«Sabe a pouco. Perguntei aos meus jogadores, ao intervalo, qual era a equipa de primeira divisão. Fizemos 45 minutos com mais jogadas de perigo, uma primeira parte de luxo. No decorrer do jogo, o Olhanense acertou mais um bocadinho, mas ainda assim o lance mais perigoso é nosso. Não fizemos o golo, mas tivemos empenho e rigor táctico. Daqui a dez anos vou lembrar-me da revolta que foi perder esta eliminatória.»

[ acerca da expulsão] «Sou muito novo para falar de arbitragem. Dizer que ele me agrediu (Carlos Fernandes) é um exagero, agora fui tocado duas vezes pelo mesmo jogador. A primeira nas costelas e na segunda pisou-me. Não disse nada ao assistente, nem tive nenhum comportamento antidesportivo e acabei expulso. Foi isso que aconteceu.»

[ comentando as substituições tardias, quando a equipa mostrava estar cansada] «Era um jogo mentalmente complicado, mas a equipa estava bem encaixada. Quando fazemos substituições é, obviamente, para melhorar, mas há sempre o receio de que quem entra não chega ao ritmo dos outros. Estávamos cansados, mas a dar tudo.»

[ sobre se ficou frustrado] «Bastante! Esteve ali tão perto...»

Daúto Faquirá

«O mais importante para nós era conseguir passar a eliminatória. Nessa medida, estou satisfeito. Quanto ao jogo, é complicado que se permita que um jogo da Taça de Portugal seja desvalorizado por causa deste campo. Falei com o presidente do Sertanense e parece-me que não têm responsabilidades nisso. De resto, os jogadores fizeram tudo, em entrega, frente a uma equipa de um escalão inferior e que, por isso mesmo, estava galvanizada. Os jogadores trabalharam e fizemos tudo para não ir a prolongamento. Mas o Sertanense conhecia o terreno melhor que nós. Se não tivéssemos ganho, não ia falar do relvado, mas não se percebe como se permite jogar num campo destes. Se foi uma vitória arrancada a ferros? Completamente! A única maneira de não ser assim era marcar cedo. Não o fizemos e o acabou por ser um jogo de lotaria. Também tivemos de fazer jogo directo e, num relvado destes, a diferença técnica acaba por se esbater. Assim, houve oportunidades de um lado e doutro. O adversário valorizou a nossa vitória.»