Joseph Blatter, presidente da FIFA, está preocupado com o «engarrafamento de estrelas» nos principais clubes europeus. O dirigente considera que os emblemas com maiores recursos financeiros estão a prejudicar o mercado de transferências, ao comprarem um número exagerado de jogadores de topo.
«Os maiores clubes com muito dinheiro podem comprar os melhores jogadores e chegam a ter 20, 25 e até 30 jogadores no seu plantel, apesar de só poderem jogar onze. O que é que os outros estão a fazer? À espera, a recuperar, ou a contribuirem que se retire a oportunidade às outras equipas para terem um melhor onze?», interroga-se Blatter.
O presidente da FIFA discursou na conferência Soccerex, no Dubai, onde várias questões têm sido debatidas. Joseph Blatter considera que a capacidade financeira está a aumentar o fosso entre os grandes clubes e os outros: «O que os clubes ricos estão a fazer é retirar os melhores jogadores do mercado, para depois não os utilizarem. Vejam os resultados em algumas ligas europeias. Alguns clubes já estão afastados do topo, nesta altura, e só podem lutar contra a despromoção. Algo está mal.»
O dirigente afastou ainda a possibilidade de recurso ao vídeo por parte dos árbitros, explicando que não faz sentido interromper um jogo por esse motivo. Por outro lado, admitiu que será possibilidade introduzir tecnologia para definir se a bola entrou ou não na baliza (como o propalado chip na bola), desde que o juíz não seja obrigado a parar o encontro para tomar uma decisão. «Isso iria retirar a espontâneidade e o fascício do jogo. O futebol tem de continuar a ter uma face humana», considera.
«Enquanto eu for presidente, só haverá lugar para a tecnologia na linha de golo. Até eu deixar de ser presidente, não haverá hipótese de usar-se repetições com recurso ao vídeo», concluiu.