As «camisolas esquisitas» que conquistaram Portugal e deram passos certeiros na Europa querem voltar a mostrar-se. As bandeiras axadrezadas estão prontas e fervilham por nova oportunidade de serem erguidas. «Sabemos que é o jogo mais importante dos últimos anos». E, como tal, nada foi deixado ao acaso.

A declaração pertence a Rémulo Marques, director desportivo do Boavista, que, este sábado, vai enfrentar o Tondela, em jogo que pode ser classificado de tudo ou nada. Os axadrezados estão no quarto lugar da zona centro da II Divisão. Se vencerem o Tondela ficam a quatro pontos do líder, a dez jornadas do fim da prova. Em duas semanas, encurtam para quatro uma distância que era de dez pontos. «Se vencermos, com as jornadas que ainda faltam, tudo vai ser possível. Mas o Tondela é que está na frente. Nós vamos tentar contrariar o favoritismo deles», explica Gouveia, treinador da equipa, em conversa com o Maisfutebol.

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Para este jogo, nada vai ser deixado ao acaso. «Estamos a desenvolver uma autêntica campanha para empurrar a equipa para a vitória. Não temos problema em ver este jogo como o jogo da época», admite o director desportivo.

«A grande luta é lembrar que o Boavista não é um clube qualquer»

O grupo procura regressar às competições profissionais, cumprindo o objectivo traçado no início da época. Gouveia, que iniciou a temporada nos juniores, é o timoneiro de serviço.

«A grande luta que temos tido é lembrar que o Boavista não é um clube qualquer. É um grande clube, com uma massa associativa incrível, que faz com que, quando jogamos fora, seja, praticamente, um jogo em casa. Espero que no sábado nos empurrem para a vitória», pediu.

O técnico acredita que este Boavista ainda tem o espírito do «Boavistão» de outros tempos. Afinal de contas, também ele, enquanto jogador, festejou o título de campeão nacional, há precisamente dez anos atrás. «Agora é um sonho diferente. São patamares diferentes, mas a realidade do Boavista é esta. A equipa que foi campeã não era, em termos técnicos, das melhores do campeonato. Mas tinha uma coisa onde era mais forte que todas as outras: a vontade e o querer, quando entrávamos em campo. Hoje os tempos são outros, mas mantém-se a vontade de trabalhar e ajudar o Boavista», assegurou.

Gouveia: um treinador que ainda não sabe o que é perder

E para grandes missões, grandes especialistas. A carreira de Gouveia como treinador é curta mas muito positiva. Em 16 jogos como treinador, soma 15 vitórias e um empate. «Felizmente não sei o que é perder como treinador. Espero continuar por muito tempo, era sinal que ganhávamos no sábado. Mas vou perder um dia. Não vai ser certamente no sábado, porque tenho confiança nos meus jogadores. Não me passa pela cabeça outro resultado», frisou.

Contudo, a equipa está preparada para tudo, explica Rémulo Marques: «Se não subirmos? O Boavista já teve, muitas vezes, o destino traçado e fintou sempre o fim anunciado. Não ficar em primeiro não era fantástico, mas não se pode dizer que seria o fim.»

Os primeiros passos estão dados e o Boavista pode renascer. Ou melhor, reerguer-se. «Não usamos a palavra renascer, porque o Boavista nunca morreu. Estamos a reerguer-nos, isso sim!», conclui o dirigente.