Se Quique Flores queria recuperar emocionalmente alguns dos jogadores menos utilizados, então este teste amigável no Estádio do Bessa não merece nota positiva. Além da derrota por 1-0, o Benfica efectuou uma actuação muito irregular e teve atletas comprovadamente distantes daquilo que se lhes exige. Mas houve excepções, naturalmente.
David Luiz, regressado ao eixo central, esteve muito acertado ao lado de Sidnei, tal como Ruben Amorim numa posição interior do meio-campo. Além destes, Quim, Jorge Ribeiro e Nuno Gomes, este mais pelo que lutou, merecem notas razoáveis. O júnior Pedro Eugénio, aposta para a lateral direita, integrou-se bem e apostou na raça e na simplicidade de processos. Os restantes parecem ter encarado a partida com algum distanciamento.
Javier Balboa, não fosse um excelente remate aos 54 minutos e um túnel bem medido a Gilberto, teria passado ao lado desta apresentação; Yebda andou em contenção de esforços e foi naturalmente substituído; Filipe Bastos, muito sobre a esquerda, mostrou bons pormenores mas de forma muito espaçada e Urreta, finalmente, terá sido o mais infeliz de todos. O jovem uruguaio apresenta óbvias dificuldades físicas e saiu aos 66 minutos com cãibras(!). Isto, num encontro disputado a um ritmo quase sempre baixo.
João Tomás e a arte do golo
O Boavista é que fez pela vida e aproveitou para vencer. Marcou pelo experiente João Tomás aos 28 minutos, num excelente lance, e revelou três ou quatro atletas de qualidade muito interessante. Além do ponta-de-lança, que continua a ter lugar em grande parte das equipas da primeira divisão, os médios Pedro Moreira e Bruno Monteiro merecem um olhar atento. Jovens, eficazes, bons de bola.
Sidnei, um extremo brasileiro tecnicamente evoluído, teve momentos excelentes mas parece algo egoísta; os experientes Jorge Silva e Rui Lima continuam a ser pedras basilares no conjunto de Rui Bento. Enfim, pelo que vimos hoje, o que custa a entender é o lugar ocupado pelo Boavista na Liga de Honra: o 14º posto parece pouco para uma matéria-prima muito razoável.
O jogo foi entretido, teve muitas oportunidades de golo para os dois lados e o empate até seria o desfecho mais justo. O Boavista foi melhor no primeiro tempo, o Benfica foi melhorando e até acabou a contenda a carregar sobre a área axadrezada. Nesta noite, porém, o mais importante estava longe de ser o resultado (ver link associado).
Ficha de jogo:
Estádio do Bessa, no Porto, cerca de 20 mil espectadores
Árbitro: Paulo Costa
BOAVISTA: Sérgio Leite (Pedro Trigueira, 46); Zâmbia, Bruno Pinheiro, Jorge Silva (François, 54) e Gilberto; Bruno Pinheiro, Pedro Moreira e Rui Lima; Sidnei (Nuno Soares, 77), João Tomás (Fábio, 87) e Adriano (Ivan Santos, 46).
Suplentes: Diogo Leite, Daniel Fernandes, Benvindo, Pedrosa, Baptista e Diogo Fernandes.
Treinador: Rui Bento
BENFICA: Quim; Pedro Eugénio, Sidnei, David Luiz e Jorge Ribeiro; Balboa, Ruben Amorim, Yebda (Rafael, 70) e Fellipe Bastos (Coelho, 86); Urreta (Adriano, 68) e Nuno Gomes.
Suplentes: Moreira e Ivanir.
Treinador: Quique Flores

Golos: João Tomás (28)