Sérgio Silva, cidadão luso-americano, é o rosto do investidor que promete revitalizar o Boavista, do ponto de vista financeiro. Joaquim Teixeira apresentou, no Estádio do Bessa, o representante da CastleShore, empresa que gere capitais.
Os axadrezados vão receber 14,5 milhões de euros no imediato, num investimento total de 38,5 millhões. «O contrato tem cláusulas que previnem a descida de divisão. Se isso acontecer, parte do investimento terá de ser ressarcido. O investimento global é de 38,5 milhões de euros. 14,5 milhões serão pagos agora e o restante valor em duas garantias bancárias, se o clube assim entender poderá descontá-las. Os contornos do negócio têm a ver com os direitos televisivos, a publicidade, o naming do estádio, bem como uma conjuntura de outro pormenores», explicou Sérgio Silva, que poderá ainda ficar com passes de jogadores do clube.
«Não queremos títulos, mas as competições europeias são o mínimo a exigir. O projecto foi bem ponderado, mas é evidente que o processo Apito Dourado fez-me reflectir bastante. Deste lado, não é a minha empresa que está aqui: é o Sérgio. Não vim para tirar dividendos nem para ocupar nenhum lugar, mas para colaborar num projecto. Apercebi-me que o presidente que não tinha condições para enfrentar este projecto, porque encontrou um clube tecnicamente falido, encontrou um clube que vinha de uma gestão altamente negligente», acrescentou o investidor.
Teixeira: «Problema está resolvido»
Joaquim Teixeira, presidente do Boavista, mostrou-se satisfeito com a entrada de novos capitais no clube. «O problema de dinheiro já está resolvido. A greve não me preocupa, nunca me preocupou. Antes de terça-feira os jogadores terão o dinheiro na conta», explicou o responsável. A LusoArenas também vai assinar um protocolo com os axadrezados, ficando com a exploração dos direitos de rentabilização do Estádio do Bessa.
«O meu treinador neste momento é o Jaime Pacheco. Sobre a próxima época, logo veremos. Eu não podia nem devia preparar a próxima época enquanto não tivesse sustentabilidade financeira. Não houve contactos com ninguém. Já se falou Jorge Costa, em Marinho Peres, Humberto Coelho, José Mourinho, mesmo em Jaime Pacheco», lembrou Teixeira.
O presidente do Boavista esclareceu ainda a polémica em torno da grande penalidade falhada por Jorge Ribeiro: «Não fiquei zangado com o jogador. Só lhe perguntei: porque é que aconteceu? Se calhar o Jorge exaltou-se um pouco, é normal, depois de sair a quente. Mas aquilo foi uma picardia que não tem nada de relevante.»
«Não sei se o Jorge Ribeiro vai para o Benfica. Segundo me lembro, ele nem saiu a bem do Benfica e no célebre jogo com o Varzim, saiu e insultou o banco do Benfica. Quase passaram a vias de facto», concluiu o dirigente.