João Loureiro renunciou ao resto do mandato na presidência do Boavista, que terminava do final do ano, mas vai manter-se até ao dia das eleições na gestão do clube.
O acto eleitoral será em meados de Novembro e não é certo que o actual presidente vá a votos. «Neste momento o meu estado de espírito é para não me recandidatar», disse.
«Não digo desta água não beberei, daqui até ao acto eleitoral ainda muita coisa pode acontecer, mas nesta altura o meu estado de espírito é para não me candidatar».
Até lá, até ao dia das eleições, João Loureiro continua à frente do clube, gerindo normalmente a vida do clube.
No fundo, o presidente antecipou em dois meses o final do mandato. Mas pode nem sequer deixar o clube por um segundo que seja. Isto porque continua à frente do clube até ao dia das eleições e não fecha as portas a uma recandidatura.
Por curiosidade refira-se que João Loureiro fez todas estas revelações no dia em que completa 44 anos de vida, doze dos quais passados em cargos dirigentes do clube axadrezado.
«Quem quer que venha a seguir tem que tomar decisões em tempo útil»
No momento de explicar a decisão, referiu que foi tomada no final de um longo processo de análise. «Fi-lo depois de uma séria reflexão com o objectivo de colocar em primeiro lugar os interesses do Boavista», explicou.
«Temos pela frente um período de três semanas sem competição e nesse sentido há todo o interesse em clarificar a situação interna do Boavista, que está até a prejudicar a prestação da equipa dentro de campo».
Pelo meio o presidente deixou também uma justificação para o momento em que tomou a decisão. «Quem quer que seja que venha a dirigir o Boavista no futuro terá de poder tomar as decisões relativas à equipa principal dentro de um tempo útil», disse.
«Se o meu mandato terminasse em Dezembro, como estava previsto, a tomada de posse só poderia ser feita em finais de Janeiro e por isso a nova direcção não poderia tomar as decisões que quisesse relativamente à equipa», disse, referindo-se ao facto do novo presidente assumir o clube praticamente no fecho do mercado de Inverno.
«Valentim Loureiro candidatar-se a presidente? Sinceramente, não me parece»
Durante a conferência de imprensa de João Loureiro perguntou-se também se o presidente acreditava que o pai Valetim Loureiro poderia ser candidato. «Sinceramente não me parece», respondeu. «Do que conheço, acho que isso está fora de hipótese».
João Loureiro disse, de resto, que se a equipa estivesse bem provavelmente não tomaria esta decisão, acrescentando que «há uma instabilidade muito grande que se transporta para dentro de campo», e disse que o Boavista «é um clube perfeitamente gerível».