Ricardo Sousa está de regresso ao Boavista. O esquerdino, que já representara os axadrezados na temporada de 2003/04, foi oficialmente apresentado esta segunda-feira e não escondeu o seu alívio. Alívio por ver chegar a bom porto negociações que já duravam há dois meses e alívio por não ter que voltar ao Hannover 64 e à Alemanha, «um país de gente fria e distante». As «enormes saudades do filho», que nunca deixou de viver em Portugal, e a vontade de recompensar o clube que sempre acreditou nas suas capacidades falaram mais alto na hora de escolher o rumo a tomar.
Nem mesmo «o passo atrás» em termos financeiros fez o jogador pensar duas vezes. Ricardo queria era voltar a vestir a camisola 28 das panteras, aquela com que marcou 14 golos há três atrás, e dar corpo a todas as suas ambições desportivas. O reencontro com o emblema portuense poderia ter acontecido com um ano de antecedência, mas a intransigência do Hannover permitiu apenas que o acordo fosse possível agora. O jogador vem emprestado por um ano, mas o desejo é prorrogar a ligação ao Boavista.
«Estamos a construir um plantel muito forte e estou certo de que chegaremos aos lugares que dão acesso às competições europeias. O ano passado segui com muita atenção a carreira da equipa e só mesmo no final as coisas não correram bem», começou por adiantar o médio, o número dez que Jesualdo Ferreira tanto pretendia. A herança deixada por João Vieira Pinto não assusta Ricardo Sousa, que se diz um jogador diferente, após dois anos em solo germânico e uma breve passagem pelo De Grafschaap, da Holanda.
«Estou mais velho, mais experiente e sinto que evoluí enquanto jogador. O ritmo de jogo na Bundesliga é muito intenso e fisicamente estou mais forte. Daí que acredite ser possível repetir e até melhorar as prestações que tive com esta camisola há três anos.»
Com o coração no Bessa e a selecção nacional no pensamento
Aos 27 anos, Ricardo Sousa tenta relançar uma carreira apagada por duas temporadas infelizes no estrangeiro. A uma difícil adaptação, seguiram-se lesões atrás de lesões e a consequente limitação no número de presenças em jogos oficiais. No Bessa, Ricardo sonha carregar o Boavista até aos primeiros lugares da tabela da Liga e com um lugar na selecção nacional. Até porque a renovação dos quartos classificados no Campeonato do Mundo está à porta e as opções para o lugar de médio-ofensivo resumem-se a Deco e pouco mais.
«Tenho essa ambição e tudo farei para envergar a camisola do meu país. É um dos meus objectivos mas, antes de mais, pretendo dar ao Boavista todo o meu futebol, até para agradecer a confiança que o presidente João Loureiro em mim depositou.»