Jorge Simão foi apresentado oficialmente esta quinta-feira como o novo treinador do Boavista. Nas primeiras palavras ao serviço dos axadrezados, no Estádio do Bessa, o técnico de 41 anos revelou «confiança» para o novo desafio, assumindo que a paragem após a saída do Sp. Braga, em abril último, «foi um tempo muito importante na carreira».

«Já estava com saudades da relva. É óbvio e natural o orgulho neste momento. Chegar a uma casa que já teve treinadores tão prestigiantes como José Maria Pedroto, Manuel José ou Jaime Pacheco e poder associar o meu nome à história deste clube, é algo de que me orgulho», começou por dizer Jorge Simão.

Considerando que os últimos tempos «não tem sido fáceis», nem para si, nem para os homens do Bessa, Simão defendeu estar de corpo e alma para «ajudar o clube a alcançar uma classificação próxima daquela que foi atingida no ano passado» e «dar mais um passo na revitalização» do emblema portuense.

«É um facto que os resultados não têm sido os expectáveis. Mas nem tudo está mal. É por sentir confiança no que tenho visto, que não receei estar aqui, ter tomado uma decisão tão brusca. Há qualidade e talento para colocar o Boavista na linha dos objetivos que referi».

O técnico, que desde a saída do Sp. Braga acompanhou o trabalho de Maurizio Sarri no Nápoles, assumiu ter-se tratado de «uma boa experiência» para se lançar num novo desafio profissional, agora «mais sólido» com erros cometidos no passado. «Não há carreira de treinador feita só de sucessos. Aprendi [com os erros], ponderei, regenerei, é como tirar uma pele e pôr uma nova», garantiu.

Sobre o projeto no Boavista, frisa que as coisas «têm de ser feitas ponderada e gradualmente». «Passou por uma fase difícil, outros [clubes] passaram pela mesma fase e não se conseguiram levantar. Está numa fase ascendente, de caminhar no sentido de se cimentar no Boavista que temos saudades», continuou.

Jorge Simão confirmou o contrato até final da época com os axadrezados, numa «solicitação» da sua parte. «Fazer contratos de longa duração, às tantas torna-se uma prisão, quer para o treinador, quer para o clube. Se chegarmos a um ponto em que as pessoas responsáveis estejam satisfeitas ou há uma união perfeita, vamos renovar», referiu, escusando-se, para já, a falar em metas pontuais, como já o fizera num passado recente. «Vou ponderar nela, mas confesso que também vou ponderar a possibilidade de a tornar pública».

Com Jorge Simão, chegam à equipa técnica Luís Vilela e Gilberto Andrade. Mantêm-se Alfredo Castro e Jorge Couto, este em coordenação com a equipa B do Bessa.