O Boavista continua preocupado apenas com o próximo jogo em detrimento de «pensar em lugares europeus», reconheceu o treinador Petit, na véspera do encontro com o Estoril-Praia, jogo em atraso da 14.ª jornada da Liga que está marcado para esta quinta-feira (18h00).

«Não quero estar aqui a prometer algo que depois não possa vir a acontecer, porque sei da exigência destes adeptos. Temos de nos focar no trabalho e naquilo que podemos controlar, mas digo sempre desde o início desta época que o nosso foco é jogo a jogo e passa por rentabilizar ao máximo estes atletas e tentar melhorá-los individualmente para que o coletivo venha a ser mais forte», acautelou o técnico, em conferência de imprensa.

O empate nos Açores com o Santa Clara (2-2), em articulação com outros resultados da 19.ª ronda, permitiu ao clube do Bessa distanciar-se da zona de despromoção direta e cimentar a presença na metade superior da tabela, fruto do terceiro jogo seguido sem perder.

«Conheço a exigência do clube, mas temos de saber as dificuldades que atravessa e ser realistas. No ano passado, também não fugi muito acerca da importância de valorizar os nossos ativos e trabalhá-los para podermos crescer como equipa. Conseguimos acabar bem o campeonato e vender jogadores. Reduzimos substancialmente o orçamento este ano e fomos buscar atletas que nos dessem equilíbrio em termos de rendimento», frisou.

Admitindo «o período menos bom» do Estoril, que só ganhou uma das últimas nove partidas, Petit deseja que o Boavista mantenha os «bons indicadores» na Amoreira, onde uma avaria elétrica adiou o jogo originalmente agendado para 28 de dezembro de 2022.

«Queríamos ter jogado antes, mas não deu, porque aconteceu o que aconteceu. Não há alturas boas nem más, mas assim ditou o calendário. O Estoril tem vindo a utilizar alguns reforços que chegaram em janeiro. Terá de alterar, mas não muda muito o padrão da equipa, que joga em 4-3-3, com um 5-4-1 a defender. Vamos estar preparados para um adversário difícil, com atletas de muita qualidade e processos bem definidos», notou.

O jogo conclui a primeira volta da I Liga, durante a qual os «axadrezados» já igualaram o melhor registo desde a sua reintegração administrativa no escalão principal, em 2014/15, ao finalizarem a 17.ª jornada com os mesmos 21 pontos das épocas 2016/17 e 2017/18.

«Temos um jogo importante para nós e queremos dar continuidade a esse bom momento em que estamos, minimizando aqueles erros que nos têm custado alguns pontos. É uma questão de estar concentrados e preparados para aquilo que o opositor nos pode fazer. Tentamos trabalhar isso, mas também reforçar o que estamos a fazer bem», assinalou.

O colombiano Sebastián Pérez cumpriu castigo nos Açores e pode reintegrar as opções de Petit, que continua com o venezuelano Adalberto Peñaranda indisponível e vai estar sem o nigeriano Bruno Onyemaechi, suspenso, face ao quinto cartão amarelo na prova.

«Temos vários atletas que podem ocupar a posição [de lateral esquerdo], mas o Ricardo Mangas dá qualidade de trás para a frente. O Filipe Ferreira também, mesmo não sendo tão intenso ou rápido. O [Pedro] Malheiro também pode jogar nesse lado, assim como o Reggie [Cannon] na direita. Os jogadores já sabem como iremos atuar, mas não vou dar ao [Nélson] Veríssimo [treinador do Estoril] algo que ele possa trabalhar», concluiu.