Vasco Seabra, treinador do Boavista, em conferência de imprensa após o empate (3-3) com o Nacional, na Madeira:

«[O resultado] É frustrante pelo que sofremos nos últimos momentos, porque tínhamos tido condições para fazer mais golos, mas também não me custa admitir que defrontámos uma equipa com qualidade, bem treinada, com processos muito claros e uma ideia de jogo muito ofensiva, que já sabíamos que nos iria criar problemas.»

«Estamos num processo de crescimento, de amadurecimento da equipa. Temos uma revolução muito grande em termos de plantel, mas estamos extremamente satisfeitos com o comportamento da equipa, tanto nos treinos como no jogo. Sofremos em alguns momentos, mas ser Boavista também é saber sofrer, e ter vontade de ganhar mesmo quando não conseguimos mostrar aquilo que fazemos.»

«Nesses momentos em que não conseguimos ter tanta qualidade com bola como desejávamos, e estabilizar a nossa linha defensiva, fomos muito solidários. Sabemos que com esta entrega vamos conquistar muitos mais pontos, vamos vencer muitas vezes, em casa e fora, e por isso tenho de dar os parabéns aos meus jogadores, sabendo que temos um longo caminho para percorrer e muito para melhorar, mas temos condições para o fazer. Com o plantel que vamos ter, com a nossa dedicação, e com a entreajuda que a equipa demonstra, vamos ser capazes.»

«Nós mantivemos muito poucos jogadores da época passada, apenas cinco. Por isso, sabíamos que se tivéssemos tido a oportunidade de começar a 10 de agosto, como pretendíamos, com todo o plantel, provavelmente já estaríamos com outras dinâmicas. Mas quem quer fazer uma mudança como a que nós fizemos, é compreensível que não é possível que isso aconteça. Ainda para mais num momento de covid-19, um momento muito difícil para o mercado.»

«Sabemos que a estrutura fez tudo para que pudéssemos ter os jogadores o mais depressa possível, e continua a fazer tudo para que consigamos ter condições de trabalho e consigamos ter capacidade para sermos competitivos e jogar para ganhar. Por isso, não é uma queixa, é a realidade do que nos aconteceu. Mas ao mesmo tempo, alicerçámos uma união muito grande, tanto com os adeptos, como na equipa entre si, e na estrutura connosco.»

«Sentimos que estamos a criar uma verdadeira união e um Boavista forte, capaz de não se deixar bater pelos adversários e lutar pela vitória. É este o Boavista que queremos: com olhos na vitória, com garra nos momentos difíceis, mas ninguém nasce a correr. Quando começamos a andar também tombamos algumas vezes, faz parte do processo. Sabíamos que o processo era este. Sabemos que vamos correr, mas que para correr temos de dar determinados passos. Temos de gatinhar, cambalear, depois começamos a andar de forma correta, e vamos correr a sério. Este é o nosso caminho.»