Adil Rami protagonizou um dos momentos do final de época, quando não conteve a emoção e começou a chorar durante uma entrevista, após a manutenção do Boavista, conseguida na última jornada. Ao portal francês So Foot, o defesa recordou esse momento.

«Creio que foi uma das maiores emoções da minha carreira. Nunca estive num clube em risco de descer, numa situação que ponha os adeptos a chorar. Estava acostumado a ver gente feliz, a sentir-me um super-herói. É uma sensação incrível», confessou o campeão do mundo de 2018.

Rami falou, também, dos problemas físicos que assombraram o início da época.

«Quando assinei, vinha de uma lesão de um ano. Fiz uma preparação física em Cannes, mas continuava com falta de massa muscular na perna esquerda. Fiz dois treinos com a equipa, após dez meses de paragem, e fui chamado para jogar contra o Porto. Ainda nem sabia bem o nome dos meus colegas», afirmou o central.

«Perdemos 5-0, mas eu estava feliz. Fiz 90 minutos de jogo após ter pensado desistir do futebol. Estava lesionado ainda antes da pandemia. De repente, entramos em confinamento e eu fico sem fisioterapeuta e médico. O atleticismo é a minha qualidade principal e eu tinha perdido muita massa muscular», completou.

Pelo meio, o defesa francês teceu elogios ao campeonato português.

«Joga-se bem em Portugal! É um campeonato com muita juventude e muita técnica. Não é nada mau. Apesar de considerar que a Ligue 1 está uns furos acima, o campeonato português é mais homogéneo que o francês», disse Rami.

O jogador desmentiu, ainda, a imagem de bon vivant que se criou dele.

«A imagem que têm de mim, de ser um tipo que só quer é festa… não sou eu. Tenho os pés bem assentes na terra», completou Adil Rami.

Esta época, o francês participou em 22 jogos pelo Boavista, sendo considerado uma das peças fundamentais para a manutenção dos axadrezados.