A novidade é Manuel Neuer. É assim há anos. A única questão que pode alimentar algumas dúvidas antes do anúncio dos três finalistas da Bola de Ouro é quem será o terceiro homem. Porque Cristiano Ronaldo e Lionel Messi têm lugar garantido na corrida ao maior prémio individual do ano. Desde 2008 não houve outro vencedor.

Mais: desde 2006 no caso do prémio da FIFA, 2007 no caso da Bola de Ouro, quando ainda existiam os dois troféus, a única exceção foi 2010, quando Cristiano Ronaldo não entrou na lista final: estavam Messi, Xavi e Iniesta. De resto, já vamos em oito anos desta hegemonia bicéfala que domina o futebol mundial.

A partir então de 2010, os antecessores de Neuer como terceiro convidado para a festa foram Xavi, depois Iniesta e a seguir Franck Ribéry.

Agora Neuer. Na verdade, nem a nomeação do campeão do mundo com a Alemanha e com o Bayern Munique é propriamente uma novidade. O guarda-redes que é o primeiro a lançar os ataques da equipa é uma das grandes figuras da Mannschaft e ao Mundial juntou o que fez com o clube: título e Taça na Alemanha, mais um primeiro terço de temporada 2014/15 em velocidade-cruzeiro.

 

O que é mesmo raro é termos um guarda-redes nomeado. Olhando de novo para trás, apenas por uma vez o troféu maior foi para um homem das balizas: Lev Yashin, em 1963. Nunca mais houve outro. Quem esteve mais perto foi o italiano Gianluigi Buffon, em 2006, no ano em que o prémio da revista France Football foi para o também campeão do mundo Fabio Cannavaro. Oliver Kahn também esteve entre os três finalistas em 2001 e 2002. Se falarmos do prémio da FIFA, atribuído desde 1991, só por uma vez entrou um guarda-redes na lista: Oliver Kahn, em 2002.

Resta saber se os argumentos de Neuer foram suficientes para convencer quem votou: selecionadores, capitães e jornalistas.

Por comparação com o ano estratosférico de Cristiano Ronaldo, que começou 2014 a receber a Bola de Ouro do ano anterior e em maio juntou-lhe a Liga dos Campeões mais a Bota de Ouro para o melhor goleador da Europa. Uma tripla que nunca ninguém tinha feito, antes de um Mundial muito abaixo das expectativas. Mas a que juntou golos no Real Madrid, já nesta temporada, a um ritmo absurdo.

E por comparação com Messi, com uma primeira metade do ano mais apagada, mas que acabou o verão como vice-campeão do Mundo, quatro golos marcados no Brasil e o troféu de melhor jogador do Mundial, ainda que questionado por muitos. E que acaba o ano em grande: tornou-se o maior goleador de sempre da Liga espanhola e da Liga dos Campeões.

Os números de 2014 dos três finalistas:

Cristiano Ronaldo

Números de 2014 (até 1 de dezembro):

Real Madrid: 46 jogos/50 golos
Seleção: 9 jogos/ cinco golos
Totais: 55 jogos/55 golos

Palmarés (com o Real Madrid)

Vencedor da Liga dos Campeões

Vencedor da Supertaça Europeia

Vencedor da Taça do Rei

Troféus Individuais:

Bola de Ouro, prémio para o melhor jogador do mundo de 2013

Bota de Ouro para o melhor goleador dos campeonatos europeus, com 31 golos em 30 jogos: dividido com Luis Suaréz

Melhor marcador da Liga dos Campeões, com 17 golos

Portugal:
Afastado na primeira fase do Mundial 2014


Lionel Messi

Números de 2014 (até 1 de dezembro)

Barcelona: 48 jogos/44 golos

Seleção: 14 jogos/8 golos

Totais: 62 jogos/52 golos


Palmarés (com o Barcelona)
Não ganhou qualquer troféu

Troféus individuais:

Bola de Ouro para o melhor jogador do Mundial 2014

Argentina:
Vice-campeão do mundo, finalista derrotado frente à Alemanha

Manuel Neuer

Números de 2014 (até 1 de dezembro):

Bayern Munique: 43 jogos/32 golos sofridos

Seleção: 13 jogos/10 golos sofridos

Palmarés (com o Bayern Munique)

Campeão da Alemanha

Vencedor da Taça da Alemanha

Alemanha:
Campeão do Mundo 

Os vencedores serão conhecidos a 12 de janeiro. Aqui estão todos os nomeados aos prémios do ano, anunciados nesta segunda-feira pela FIFA e pelo France Football.