No essencial os intervenientes do futebol português estão de acordo com o F.C. Porto.
O Maisfutebol falou com treinadores, jogadores e árbitros, numa breve pesquisa de opinião, e a maioria concorda que a partir de agora devem ser os árbitros a decidir se devem ou não interromper os jogos para prestar assistência médica a um jogador caído.
Jorge Jesus, por exemplo, até diz que esta decisão nem é original. «O F.C. Porto só está a fazer aquilo que o Belenenses já faz», disse.
«O delegado ao jogo informa em todos os jogos a equipa de arbitragem e o adversário que os nossos jogadores não enviam nenhuma bola para fora quando um adversário se encontra no chão».
O treinador que já anteriormente tinha dito que o fair-play é uma treta acrescentou que os jogadores do Belenenses só colocam a bola fora do relvado «quando sentirem, claro, que se trata de uma excepção».
«Ainda bem que o F.C. Porto está a fazer isto também», adiantou o treinador, satisfeito por haver mais quem se junte ao grupo.
Sebastião Lazaroni pede mais divulgação
Sebastião Lazaroni, treinador do Marítimo, assina por baixo, mas chama a atenção para a necessidade de haver uma divulgação das instruções da FIFA. «A decisão foi tomada pela FIFA, o F.C. Porto só está a segui-la. Mas é importante haver uma divulgação da mesma, para que toda a gente esteja avisada que agora é o árbitro que decide», disse.
«Até para evitar que a equipa adversária e até mesmo o público se vire contra a equipa que não coloca a bola fora do relvado, para evitar acusações de falta de fair-play».
Pedro Henriques diz que vai ser mais uma preocupação para os árbitros
Este ponto é também destacado por Pedro Henriques. «Ainda não houve uma comunicação oficial da Comissão de Arbitragem a expor essa determinação da FIFA aos árbitros».
Nesse sentido, o juiz de Lisboa considera importante que seja feita o mais rapidamente possível. «Até lá, o que vamos fazer é tentar perceber se há ou não da parte do jogador a necessidade de ser atendido. É sempre muito difícil, mas por princípio vou parar o jogo, porque a decisão agora tem que ser dos árbitros e a responsabilidade é nossa».
Lazaroni, porém, considera que ninguém como os árbitros tem a faculdade de decidir sobre as interrupções de jogo.
Sandro concorda com o F.C. Porto, Hugo Leal diz que colocará sempre a bola foraNo que é subscrito por Sandro, jogador do V. Setúbal. «Pelo que sei essa é a nova lei, e quem tem de ajuizar esse tipo de lances é o árbitro», disse. «Portanto concordo com o F.C. Porto».
Hugo Leal é o único elemento consultado pelo Maisfutebol que tem algumas reservas. «Há casos e casos», diz. «Eu parto do princípio que estamos no relvado para nos respeitarmos uns aos outros. Por isso, e por princípio, eu ponho uma bola fora quando vejo um companheiro no chão. Só em casos muito óbvios é que seguirei a determinação da FIFA».