O uso de Viagra. Podia ser uma explicação para a goleada que a selecção boliviana infligiu à Argentina (6-1) na altitude de La Paz, mas parece que não é apanágio da selecção nacional de Erwin Sanchez o uso do medicamento. Quem admite ter usado tal técnica para estimular os jogadores é Rodrigo Figueroa, ex-preparador físico do Blooming de Santa Cruz, clube da primeira divisão daquele país.
O treinador chileno confessou à imprensa boliviana que oferecia o famoso estimulante aos seus jogadores para melhorar o rendimento nos jogos em altitude. «Os jogadores não sabiam o que realmente estavam a tomar. Dava-se [o viagra] junto com o sumo que bebiam e eles não sentiam os efeitos da altitude, jogando normalmente.»
Entre 2007 e 2008, pelo menos nove dos onze habituais titulares do Blooming tomaram Viagra misturado com batidos energéticos, com vista a melhorar a oxigenação durante as partidas nas terras a maior altitude. Não sabiam, mas também não conseguiram resultados famosos nas deslocações ao topo do país. O Blooming apenas conseguiu uma vitória e quatro empates, somando derrotas e goleadas nos restantes 12 jogos.
A polémica com o uso do Viagra no futebol já deu que falar esta temporada, quando o Grémio de Porto Alegre e o Palmeiras estudaram dar o medicamento aos seus atletas na Copa Libertadores. As equipas brasileiras tinham que actuar na Colômbia e na Bolívia, a mais de 2.500 metros de altitude, e pensaram nessa opção para salvaguardar a prestação dos futebolistas, mas desistiram do processo com receio de eventuais punições.