Em risco de perder os títulos de campeão mundial (WBA e WBO), o britânico Tyson Fury revela que consumiu «muita cocaína» e queixa-se de ser vítima de uma «caça às bruxas».

O britânico, que nunca sofreu qualquer derrota, tinha um combate agendado para 29 de outubro, em que iria defender os títulos frente ao cazaque Wladimir Klitschko, antigo campeão, que entretanto foi cancelado por Fury não estar em condições médicas para competir. Agora, em entrevista à Rolling Stone, o pugilista fala sobre o consumo de droga e acusa os responsáveis pelo boxe britânico de xenofobia.

«Eu fiz muitas coisas na minha vida. Consumi muita cocaína. Muita. Muita gente fez o mesmo. Mas o que é que isso tem a ver? Não é uma droga que melhora o desempenho. Não tenho permissão para ter uma vida agora? Querem tirar-me a vida pessoal?», disse o britânico, revelando que luta com um transtorno bipolar.

«Não vou ao ginásio há meses, não tenho treinado. Passei por uma depressão. Não quero viver mais. Estou farto disso. Eles levaram-me ao limite. Eu não quero mais viver. Então a cocaína é algo muito menor em relação a não querer viver».

«Tem sido uma caça às bruxas desde que venci aquele título mundial (em novembro de 2015). Desde que ganhei um pouco de fama existe uma caça às bruxas sobre mim por causa das minhas origens. Há um ódio aos nômadas e ciganos em todo o mundo, especialmente no Reino Unido. Eu tive de lutar contra um dos maiores campeões da história. Eu finalmente me sobressaí, venci e sou tratado como m****. Eles tentaram tirar-me do boxe, porque não podem controlar-me, não estou à venda».

«Eles venceram, conseguiram o que queriam. Estou gordo como um porco. Estou com 130 quilos», frisou, garantindo que «era muito mais feliz quando não era campeão mundial».