Muito se tem falado nos últimos tempos sobre a introdução de novas tecnologias na arbitragem, mas enquanto Portugal isso não passa de conversa, no Brasil já foram dados alguns passos em frente, como a utilização de um spray para a marcação do local da falta e da respectiva barreira num livro próximo da área. Este fim-de-semana, porém, nem as novas ideias salvaram os árbitros de serem criticados.
Aconteceu no sempre escaldante clássico Corinthians-Palmeiras, relativo ao Campeonato Paulista, com o «ponto», tecnologia ainda em desenvolvimento testada exclusivamente na partida em questão, a causar alguma polémica, pois anulou um golo aos campeões brasileiros.
No lance em causa, Tévez carregou um adversário, mas nem o árbitro Cléber Welligton Abade nem a assistente Ana Paula de Oliveira sancionaram a falta. O segundo árbitro assistente, no entanto, enviou ao primeiro assistente um sinal, o tal «ponto», sancionando a falta que este, de pronto, comunicou ao árbitro principal que, por sua vez, invalidou o lance.
A polémica instalou-se, com os jogadores do timão a protestarem junto do árbitro e do seu assistente. Este justificou a demora afirmando não ter ouvido o sinal enviado pelo seu colega de imediato, enquanto o juiz principal disse não ter ouvido, de todo, o primeiro sinal enviado pelo auxiliar.
Numa altura em que tanto se fala da introdução de novas tecnologias para auxiliar os árbitros, no sentido de evitar erros e polémicas, esta situação vem dar razão aos mais cépticos relativamente à utilização de tecnologia no futebol.
Quem não gostou foi o treinador do Palmeiras, Emerson Leão, pois rapidamente surgirem alusões ao facto da sua equipa ter sido beneficiada. O experiente técnico admite que as tecnologias sejam úteis, mas defende os testes em jogos de menos exigência:
«Esse teste deve ser feito em treinos, em jogos da Série B, na Série C, até se chegar à perfeição. Fazer no topo é um problema. Hoje quase deu uma confusão. Não favoreceu, mostrou a realidade. Fazer justiça não é favorecimento. Às vezes, muita tecnologia atrapalha. Hoje mostrou complicação. Mas é interessante usar sem ficar viciado».