Há dois anos o mundo acordava para a maior tragédia de aviação de sempre a vitimar uma equipa. A bordo do avião da Lamia seguiam 77 pessoas, quando a aeronave se despenhou perto de Medellín, na Colômbia.

Além dos tripulantes, viajava a comitiva da Chapecoense, que iria defrontar o Atlético Nacional na primeira mão da final da Taça Sul-Americana, e jornalistas que acompanhavam a equipa.

Naquela noite, o sonho da Chape, que se tinha apurado para a final com uma defesa-milagre, encontrou um fim trágico. 71 pessoas morreram e apenas seis sobreviveram: três jogadores, um jornalista, Rafael Henzel, e os tripulantes Ximena Suárez e Erwin Tumiri.

O lateral Alan Ruschel, de 29 anos, foi o primeiro jogador a ser resgatado. Depois de ter sido operado, teve oito meses de recuperação e regressou aos relvados a 7 de agosto de 2017, frente ao Barcelona, no troféu Joan Gamper, em Camp Nou. Ainda continua a vestir a camisola da Chapecoense, embora não tenha tido muitos jogos a titular em 2018.

O guarda-redes Jakson Follmann tinha lesões tão graves, que os médicos tiveram que lhe amputar parte da perna direita. Hoje é embaixador do clube, tendo ainda aberto uma clínica para amputados em Chapecó, e dá palestras motivacionais.

Quando o acidente aconteceu, Follmann tinha casamento marcado. Acabou por casar-se um ano depois.

Também conseguiu voltar, embora de forma diferente, ao futebol, já completamente ambientado com a prótese.

O defesa Neto foi o último jogador a ser resgatado, quando as equipas de resgate já estavam quase a dar os trabalhos por terminados. Teve sequelas graves e foi submetido a várias cirurgias. Continua a fazer parte do plantel da Chapecoense e espera voltar a jogar.

O jornalista Rafael Henzel tem dois programas diários na rádio Oeste Capital, em Santa Catarina, e faz a narração de todos os jogos da Chape.

Ximena Suárez voltou a trabalhar, mas num aeroporto, não tendo tido ainda coragem de voltar a entrar num avião. Já Erwin Tumiri é piloto de aviões particulares na Bolívia.