Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, deu mais uma longa conferência de imprensa, logo após o empate com o Flamengo (1-1) em que, além do jogo, abordou as criticas que tem sido alvo da parte dos treinadores brasileiros e explicou o seu modo de estar, em campo e fora dele.

«Acho que no futebol, e começo por mim, temos que começar a dar exemplo para a sociedade, principalmente aqui porque as pessoas são muito apaixonadas por futebol. Posso dizer que no meu prédio tiro fotos com palmeirenses, corintianos, são-paulinos e flamenguistas. Separo as coisas. Odeio perder, acho que tenho mau perder, é da minha personalidade. Dentro das quatro linhas não quero fazer amigos, quero jogar para ganhar, mas fora dele podem ter certeza que sou um cara legal, bem tranquilo, sou meio tímido», começou por enunciar.

Dentro de campo, em competição, Abel Ferreira assume que «odeia» perder. «Uma coisa é quando o carro liga, quando é para competir. Outra coisa é a minha vida fora. Posso dizer que um dos meus fundos do meu computador diz cultura humanista. Agora quando estou fora, quando estou a jogar quero vencer, no jogo e na competição não quero saber quem está do outro lado. Quando vou jogar padel com os meus adjuntos, tenho de os atropelar. Quando estou a jogar com as minhas filhas, a minha esposa começa a dizer que eu sou um insensível. Digo-lhe que não, a vida vai bater-nos muito. Na competição não é para fazer amigos, é para ganhar. Fora do jogo, estou em paz com toda a gente», explicou.

Quanto às criticas dos treinadores brasileiros, Abel Ferreira aceita, mas garante que, fora do campo, não tem problemas com ninguém. «O meu curso de treinador de IV nível foi feito em Fátima. Sabem quem era o meu parceiro de carteira? Era o atual treinador do Internacional, o Mano Menezes. Já disse o que penso dos treinadores brasileiros. Felizmente tenho boas memórias. O primeiro treinador que me deu oportunidade de jogar na primeira divisão foi o Paulo Autuori. O treinador que me chamou à seleção foi Scolari. O resto faz parte do futebol. Conheço pessoalmente o Autuori e o Scolari, privei muito tempo com o Mano Menezes, mas os outros não privei», prosseguiu.

Abel assume um temperamento intempestivo em campo e recorda o recente exemplo de Antonio Conte e Thomas Tuchel no Chelsea-Tottenham. «Respeito as opiniões, comigo está tudo em paz, mas em competição ligo o meu modo competir. Não tenho muito mais a dizer, estou bem comigo mesmo. Odeio perder. O resto é futebol. Não viram agora o Conte e o Tuchel? Dentro das quatro linhas morro ali, o resto é futebol», reforçou.

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