Num espaço de duas semanas, Hulk evoluiu de um jogador contestado pelos adeptos a melhor marcador do Atlético Mineiro, com cinco golos nos últimos três jogos. Uma transformação que o antigo avançado do FC Porto explica com…um corte de cabelo, uma espécie de «Sansão ao contrário».

A verdade é que numa primeira fase Hulk estava com dificuldades em readaptar-se ao futebol brasileiro. Os críticos apontavam-lhe falta de ritmo e o próprio avançado veio a público dizer que o treinador Cuca não lhe estava a dar oportunidades suficientes para ganhar ritmo de jogo.

A verdade é que tudo mudou nas duas últimas semanas, quando o possante avançado desatou a marcar golos em todos os jogos e ajudou a equipa a somar seis pontos na Taça Libertadores. Hulk ainda foi contestado depois de ter jogado noventa minutos no triunfo sobre o Athletic num jogo em que esteve muito apagado, mas no jogo seguinte, já depois de ter cortado o cabelo, marcou dois golos ao America de Cali.

«É verdade, Sansão ao contrário. Cortei o cabelo e as coisas começaram a fluir. Graças a Deus estou feliz por poder ajudar o Galo, fazendo bons jogos ao lado dos meus companheiros e queria dar continuidade», comentou o jogador em declarações ao Globo Esporte.

Mais a sério, o experiente avançado fala numa mudança de posição em campo. Nos primeiros jogos jogou mais descaído sobre a direita, mas nos últimos tem jogado com mais liberdade, na zona central, troca de posição, recua e aparece mais vezes em zona de finalização.

«Tive uma conversa com o professor Cuca, bem antes, ele disse que iria experimentar-me como 9 ou falso 9. Falei que seria bacana porque temos uma equipa com jogadores de qualidade e a bola chegaria ali com facilidade. Isso tem vindo a acontecer. Ali eu consigo participar mais nos jogos, vindo de 9, trocando de posição com Keno, Savarino, Nacho, o que dificulta a marcação dos adversários», explicou.

Além disso, Hulk lembra que esteve dezasseis anos afastado do futebol brasileiro onde só tinha marcado dois golos como profissional do Vitória antes de sair para o Japão ainda muito jovem.

«O início não tão bom é normal, até que começa a adaptação, são mais de dezasseis anos longe do Brasil. Só fiz dois jogos aqui antes de ir embora com dezoito anos. Precisava sentir isso, entender o futebol aqui. Graças a Deus, posso dizer que as coisas aconteceram logo. Exigi mais de mim, procurei errar menos e as coisas vão acontecendo», acrescentou ainda.