Vítor Pereira, treinador do Corinthians, lamentou as muitas ausências no empate diante dos argentinos Boca Juniors (0-0), em jogo da primeira mão dos oitavos de final da Taça Libertadores. O treinador diz mesmo que nunca teve um «cenário» destes na carreira «com quase uma equipa de fora» com problemas físicos, aos quais se juntaram ainda Fagner e William que também saíram lesionados do jogo da última madrugada.

«Queríamos um 1-0 ou 2-1, mas não foi possível, mas jogamos com a equipa que tínhamos disponível, arranjamos uma forma de contrariar o Boca e criar dificuldades. Jogamos no limite das opções que temos. Fizemos bons jogos, lutamos, passamos alguns momentos de dificuldade, eles com muitas opções a dispor, e nós pelo calendário que temos somos afetados na Libertadores. Queríamos apresentar nossa melhor força, mas o calendário brasileiro vai-nos massacrando e retirando jogadores. Hoje, mais dois», começou por destacar o treinador português no final do jogo.

Uma situação que o treinador diz nunca ter passado na carreira. «Temos agora o Fluminense e depois vamos à Argentina para jogar com o Boca na casa deles. O melhor é descansar, dormir e começar a pensar a partir de amanhã na partida do Fluminense. Qualquer dia não tenho onze para colocar em campo. Ou fazemos uma equipa da base [formação], qualquer dia teremos um cenário destes», prosseguiu.

No jogo com o Boca, Vítor Pereira não pôde contar com Maycon, Paulinho, Gil, Gustavo Mosquito, Renato Augusto, Rafael Ramos e Du Queiroz (todos lesionados), além de Cantillo (suspenso). «Realmente, nunca na minha vida, na minha carreira, tive um cenário destes. São muitos jogadores, dá quase para fazer uma equipa. Quando jogámos com o Boca na última vez tínhamos muito mais soluções. Mas no espírito Corinthians, ficou de igual para igual e podíamos ter saído com a vitória. É isso que nos orgulha. É tentar sobreviver a esta maré, a essa tempestade. A eliminatória está em aberto», comentou.

Quanto à expetativa de eventuais regressos, Vítor Pereira diz que é uma incógnita, uma situação que nem o deixa dormir. «Não faço ideia (de quem pode voltar), estão entregues ao departamento médico. Também tenho esperança que uma luz surja. Não sei. Aumenta a tensão? E a minha? Não consigo dormir. Pego um guardanapo e continuo a escrever. Tenho que fazer o meu melhor com o que tenho. Vamos à Argentina fazer o nosso melhor. Gostaria de estar cheio de soluções, cheio de esperanças, e deixar os pés na terra», destacou ainda.