Brasil-Croácia, 21:00, na RTP1

Aí está ele, o Campeonato Mundo Brasil 2014. Começa hoje, nesta quinta-feira. Como voltou a ser hábito desde o Alemanha 2006, o jogo de estreia tem num dos lados a seleção da casa. Neste dia 12 de junho, o Mundial 2014 arranca com o Brasil-Croácia, jogo do Grupo A.

É o dia de abertura do Campeonato do Mundo. E, por isso, é dia de um jogo só, o primeiro dos 63 que vão disputar-se ao longo de um mês. Não se pode, por isso, perder o mais literal pontapé de saída do Mundial. O apito para o início da 20ª edição do Campeonato do Mundo de seleções organizado pela FIFA irá ouvir-se às 21:00 de Portugal (17:00 em São Paulo).

Lançado que está o jogo de estreia com o respetivo horário (para que não perca um minuto de jogo) fazemos também a ponte para o calendário de todo o Mundial 2014, como primeiro momento do que não pode perder – por nada – neste Mundial e do que poderá acontecer até ao dia 13 do mês que vem.

Assim, deve-se começar o dia do arranque do Mundial pela cerimónia de abertura (às 19:15, na RTP). Jennifer Lopez já confirmou a sua presença na Arena São Paulo e a estrela norte-americana estará no fecho do espetáculo de inauguração que antecede o jogo. J.Lo atuará com o rapper Pitbull e Claudia Leitte quando será cantado o hino da competição, «We Are One», com a participação do grupo de tambores do Olodum.



Está-se no Brasil e espera-se logo no arranque o ritmo, a cor, a festa que está na alma do seu povo num espetáculo de inauguração com duração prevista de hora e meia. Serão 600 figurantes (entre bailarinos e ginastas) os que vão homenagear o Brasil numa representação dos seus tesouros: a natureza, as pessoas e o futebol.

Se a cerimónia de abertura vai durar o mesmo tempo de um jogo de futebol, o Campeonato do Mundo vai decorrer durante mais de um mês. Serão 32 dias de futebol com samba nas bancadas e outros ritmos a condizer com as seleções nacionais presentes.

Vai-se viver como poucos sabem viver ao sabor do tal ritmo de que já se falou para fazer a festa da Copa. Uma festa que será colorida, inevitavelmente, em função dos golos que se marcarem, mas, da mesma forma inevitável, com o verde e amarelo a predominarem, e (sem sexismos) por homens e mulheres. Mas com elas (e, em concreto, as brasileiras) já a marcarem a diferença, com equipamentos de torcedoras feitos à medida



Tudo isto vai passar-se em 12 estádios, entre remodelações e construções de raiz, num número nunca antes atingido em fases finais de um Campeonato do Mundo. Os palcos do Mundial do Brasil serão: Estádio Mineirão (Belo Horizonte); Estádio Nacional (Brasília); Arena Pantanal (Cuiabá); Arena da Baixada (Curitiba); Estádio Castelão (Fortaleza); Arena Amazónia (Manaus); Estádio das Dunas (Natal); Estádio Beira-Rio (Porto Alegre); Arena Pernambuco (Recife); Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro); Arena Fonte Nova (Salvador); e Arena de São Paulo (São Paulo).

O dinheiro gasto nos estádios tem sido um dos temas mais objeto de controvérsia pelos adversários da realização do Mundial no Brasil: os brasileiros que contrapõem com a necessidade de aplicar dinheiro na saúde e na educação das populações.

A presidente Dilma Rousseff veio nesta terça-feira rebater as críticas dos gastos excessivos com o futebol frisando que as verbas aplicadas na saúde e na educação pelos governos federal, estaduais e municipais desde 2010 (ano do início das obras com os estádios) até 2013 foram 212 vezes superiores às gastas com os palcos da competição.

Mas, entre os argumentos pró e contra o Mundial pelas razões referidas – e guardando espaço para uma preocupação legítima em relação à eventual contestação social que já se faz sentir desde a Taça das Confederações, com manifestações, greves, tumultos... – há uma outra incógnita que permanece: estarão todos os estádios (e envolventes) mesmo prontos a tempo dos pontapés de saída?



Dos 236 jogadores que vão repetir a presença numa fase final de um campeonato do Mundo, há oito craques que deverão ser vistos num Mundial pela última vez. Por isso, aproveite. São eles Gianluigi Buffon (Itália), DaMarcus Beasley (EUA), Iker Casillas e Xavi Hernández (Espanha), Samuel Eto`o (Camarões), Miroslav Klose (Alemanha), Rafael Márquez (México) e Faryd Mondragón (Colômbia).

Com exceção do guarda-redes colombiano (estará no seu terceiro Mundial), os outros sete poderão jogar o seu quarto Campeonato do Mundo, se entrarem em campo. Buffon esteve, inclusivamente, presente num quinto Mundial, mas não atuou um minuto sequer no França 1998. Já Mondragón puxa pelos seus galões de jogador mais velho no Brasil e que pode tornar-se recordista absoluto no que respeita à idade.

Se entrar em campo, Mondragón baterá o recorde do camaronês Roger Milla, que jogou um Mundial com 42 anos e um mês de idade. Ora, o colombiano já passou essa idade em cerca de dez meses e fará mesmo os 43 anos quando ainda se estará a jogar a primeira fase da prova: no dia 21 de junho.

Um dia antes, a Seleção Nacional merecerá ainda atenção mais especial da parte dos portugueses devido também a um aniversário. Paulo Bento faz 45 anos no dia 20 de junho. O selecionador de Portugal e o árbitro assistente José Trigo, no dia 2 de julho, são os dois portugueses que fazem anos no período do Mundial, num total de 69 aniversariantes presentes.

O Mundial do Brasil será uma competição com a utilização de novas tecnologias e regras em estreia, que começam desde logo com o recurso ao GLT. A Tecnologia da Linha de Golo vai ser utilizada pela primeira vez num Campeonato do Mundo, depois de ter sido testada na Taça das Confederações, como Pedro Proença explicou ao Maisfutebol.

Mas as alterações não se darão só com o relógio no pulso do árbitro a assinalar golo e não golo. O juiz do jogo usará também um spray para marcar a distância das barreiras na marcação dos livres diretos, como foi feito no Mundial da Clubes. A terceira novidade estará nas paragens previstas durantes os encontros a partir dos 30 minutos de jogo se a temperatura exceder os 32 graus centígrados.



A temperatura vai decerto escaldar quando três dos 736 jogadores presentes no Mundial estiverem campo: este já é o Campeonato do combate a três Cristiano Ronaldo vs. Messi vs. Neymar Jr.. Quando cada um deles estiver em campo para comandar os respetivos tipos de candidatos em prova, os olhos do mundo vão estar atentos não só ao que farão as suas seleções, mas ao que cada um jogará individualmente.

Isso é inevitável em relação aos três jogadores mais famosos e mais talentosos de todos os que estão no Brasil. Além do que vão conseguir as seleções de Portugal, Argentina e Brasil neste Mundial, há também este campeonato particular. O que farão CR7, o ídolo argentino e a estrela maior do Brasil vai estar sob o máximo escrutínio... de muitos milhões...



Dia a dia, ir-se-á ansiando pela final mais desejada, à medida das cores de cada um. O pentacampeão Brasil é o mais eterno de todos os candidatos a ganharem o Campeonato do Mundo. Sobretudo quando o Mundial se disputa em sua casa. Por isso, o Brasil terá mais vontade do que nunca de ganhar o «hexa». Por isso, o Brasil será sempre também o adversário que mais gosto dará bater na final.

O escrete ocupa muitas das cadeiras presentes na lista das variantes entre o mais provável e o mais apetecido jogo do titulo. Os uruguaios já bateram o Brasil no Maracanã na final de 1950 e não podem ser esquecidos. Mas também uma final Brasil-Argentina que nunca aconteceu é das mais apetecidas. Ou uma entre os canarinhos e o atual detentor do título: a Espanha. E, para nós portugueses, uma estreia em finais de um Campeonato do Mundo frente ao país irmão, em pleno Brasil, também será o jogo mais desejado para terminar da melhor forma este Mundial.

No plano dos números, este será um Mundial em que as seleções europeias poderão destacar-se em relação às sul-americanas, ou as equipas dos dois continentes voltarem a ficar empatadas em títulos de campeão do Mundo. À entrada para o Brasil 2014, os europeus ganham 10-9. Neste duelo, a história mostra que nunca uma seleção europeia se sagrou campeã do mundo na América do Sul. O Brasil foi o único que conseguiu furar o bloqueio continental ao ganhar o título no Suécia 1958.

Individualmente, Luiz Felipe Scolari e Vicente del Bosque podem fazer história se levarem, respetivamente, o Brasil ou a Espanha à vitória no sétimo e último jogo do Maracanã: a final. O selecionador brasileiro ou o espanhol tornar-se-ão no segundo a conquistar dois títulos de campeão do mundo (igualando Vittorio Pozzo, pela Itália, em 1934 e 1938) – Scolari depois de 2002 também com a canarinha, Del Bosque, o atual campeão, consecutivamente como o italiano.

Miroslav Klose também procura o seu recorde, este mais fácil de conseguir (em princípio). O avançado alemão não só jogará (como se disse) o seu quarto Mundial, como pode tornar-se o melhor marcador de sempre em Campeonatos do Mundo. O jogador da Lazio tem 14 golos e já é o melhor da Alemanha em fases finais, a par de Gerd Müller. O seu objetivo é bater o recorde absoluto do brasileiro Ronaldo, que tem 15.