«DRIBLE DA VACA» é um espaço de Opinião do jornalista Bruno Andrade. Pode seguir o autor no Twitter. O que é o «DRIBLE DA VACA»? Jogada no futebol que ocorre quando o jogador finta o seu adversário tocando a bola por um lado e passando por ele pelo outro. 

O novo velho Benfica resolveu criar (ou remodelar) um mundo paralelo nas últimas semanas. Tendo de lidar com as consequências e as sombras de um passado não tão distante, a estrutura encarnada, por meio dos seus principais intervenientes, tem insistido em vender ideias que não colam.

Rui Costa veio recentemente a público para falar na "redução do plantel para criar espaço para os jovens da casa". Com as inscrições de reforços já encerradas nas principais ligas na Europa, negociou até agora apenas Ferro, novamente por empréstimo, e tem encontrado dificuldades para fazer rodar outra vez Gedson. Curiosamente, dois nomes... formados no Seixal.

Nélson Veríssimo, que caiu no olho do furacão, também já tem abraçado a mesma linguagem fantasiosa. Depois de ver (?) uma equipe superior nos dois jogos da Final Four da Taça da Liga, contra Boavista e Sporting, acredita que o "mercado correu bem" na Luz. Ninguém chegou, o que, de fato, até era expectável, mas não houve o "emagrecimento" do grupo e, consequentemente, da folha salarial.

Taarabt e Seferovic, dois jogadores de peso que estão na lista de negociáveis, continuam de pedra e cal nos encarnados - há ainda, por exemplo, Chiquinho e Yony González por resolver. Isso sem contar no atraso para definir o futuro de Grimaldo, cujo contrato termina em junho de 2023 e continua a ser alvo de constantes sondagens. Renovar ou vender para conseguir retorno financeiro? O tempo urge.

O sucesso no futebol é atingido com boa administração e, especialmente, bola dentro da baliza. Já a empatia, que muitas vezes acaba por ter imenso peso no êxito, é obtida somente com discurso frontal, honesto (ou pelo menos mais próximo da verdade) e, se possível, carisma. A comunicação é a alma do negócio. E o silêncio (da direção) não ajuda.

* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil.