Bruno de Carvalho culpou esta quinta-feira o Benfica pela inexistência de um contrato de centralização da venda dos direitos televisivos em Portugal. O presidente leonino foi até mais longe e disse esperar que seja possível reverter o que nesta altura está mal feito.

«O Sporting está 110 por cento a favor da centralização, mas se um clube sai, deita tudo abaixo. Estávamos todos a trabalhar num contrato, havia um acordo que estava praticamente feito, mas um clube saiu», começou por dizer.

«O Benfica fez um contrato individual e a partir daí a centralização ficou impossível.»

Bruno de Carvalho falou no congresso The Future os Football, que o Sporting organiza, tendo pegado na palavra numa altura em que se discutiam direitos televisivos.

Emanuel Medeiros, antigo secretário-geral da Liga de Clubes, disse a esse propósito que a discussão sobre a centralização em sede de Liga já tem pelo menos dez anos.

Bruno de Carvalho diz que se ainda não aconteceu, não é culpa dele.

«Não é centralização se não estiverem todos os clubes. E o que aconteceu não é uma luta por melhores condições, é um colapso. Temos de lutar pela sobrevivência dos clubes e lutar não entre os clubes», acrescentou.

«Agora o mal está feito. Está feito, está feito. Mas não sei o que vai acontecer, vamos ver o que dizem as autoridades. Elas vão ter de decidir se podemos ou não fazer contratos de dez anos. O Sporting está 110 por cento de acordo com a centralização.»

Bruno de Carvalho deixou implícito, de resto, que o Sporting espera que a Alta Autoridade da Concorrência reprove os atuais contratos que os clubes fizeram, no valor de 400 milhões de euros o Benfica, 457 milhões o FC Porto e 515 milhões o Sporting.

«Os números eram muito maus, mas nos últimos meses surgiu uma oportunidade. Os valores aumentaram exponencialmente e isso é bom para todos. Por isso vamos esperar que as autoridades digam que os contratos só podem ser por três anos e a partir daí vamos construir o futuro. Vamos pensar em trabalhar em conjunto por melhores contratos para todos», sublinhou.

«Se queremos fazer algo grande na Europa, vamos pensar em grande. Infelizmente em Portugal pensa-se pequeno e esse é o grande problema.»