Bruno Gimenez, lembra-se? Lembra com certeza: há uma dezena de anos tornou-se a maior contratação da história do Sporting. Na altura (em 1997) custou 800 mil contos. Uma loucura que a formação de Alvalade cometia na esperança de dar a Octávio Machado um craque para ir longe na Champions.

Giménez não esquece o Sporting: «Lamento não ter sido profissional»

Correu mal: nem Gimenez mostrou ser craque, nem o Sporting foi longe na Champions. Treze anos depois o futebol é apenas uma memória na vida de Gimenez. O argentino acelera agora noutros palcos e noutros pisos. Acelera bem mais, por sinal. O que não é difícil: é piloto automóvel em provas oficiais.

Em conversa com o Maisfutebol o argentino conta como se deu a mudança no desporto. «Há cerca de um ano abandonei a carreira de futebolista. Foi uma decisão que tomei em consciência, após muitos anos de meditação e que não me custou muito. Veio na altura exacta, quando tinha 33 anos», começa por dizer.

«A verdade é que fiquei com tempo livre e pude dedicar-me a outra grande paixão: os carros. Desde pequeno que gosto de automobilismo. Sempre fui um fanático apaixonado por carros. Entretanto conhecia Leonel Pernía, que é um piloto muito famoso na Argentina. Ficamos amigos e ele incentivou-me a correr.»

Agora compete na Fiat Línea Competizione, um campeonato oficial do calendário argentino que percorre várias pistas do país. Começou há cerca de dois meses e os primeiros resultados são animadores. «Fiz quarto, sexto e terceiro lugar nas três provas que já foram realizadas. No campeonato estou em terceiro da geral.»

O objectivo, garante, é o puro prazer. «O futebol foi uma paixão toda a vida que soube aproveitar. Os carros surgem numa altura diferente da minha vida, são mais um prazer. Sempre fui louco por carros rápidos, por isso quero desfrutar disto tudo e divertir-me. Quem sabe um dia ainda vou correr a Portugal?».

De Bruno Giménez para Bruno Marioni... em nome do pai

A vida de Giménez conta ainda com outro episódio curioso. Em 1999, já depois de ter deixado o Sporting, o argentino desapareceu do espaço mediático. Ou antes, continuava lá, só que ninguém dava por ele. Por uma razão muito simples: tinha mudado de nome. Passou a assinar então como Bruno Marioni.

Uma mudança que o antigo jogador não associa a uma mudança de vida ou a um novo início. «Foi uma homenagem ao meu pai», conta. «O meu pai era filho de uma mãe solteira. Só que quando tinha 50 anos conheceu o pai.» Descobriu-o por acaso, quando foi compor um poste de electricidade a uma aldeia.

Nessa aldeia conheceu um idoso de nome Luigi Marioni. Conversa puxa conversa ambos perceberam tratar-se de pai... e filho. «Nessa altura o meu pai decidiu adoptar o apelido do pai dele, meu avô, e todos na família mudámos também de apelido em reconhecimento para com o meu pai», termina.